Vereador de Rondonópolis interpela IBGE sobre ranking do agro

Vice-presidente da Câmara questiona ausência de Rondonópolis entre os 100 mais ricos do agronegócio

Fonte: ADMAR PORTUGAL - DIÁRIO DE CUIABÁ

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Rondonópolis não figura no ranking dos 100 municípios brasileiros mais ricos no agronegócio. Essa relação foi divulgada recentemente pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) com base na Produção Agrícola Municipal (PAM) apurada pelo IBGE em 2020 com números do ano anterior, e do produto interno bruto (PIB). também de 2019. Insatisfeito, o 2º vice-presidente da Câmara Municipal de Rondonópolis, Reginaldo Santos (SD) revelou que prepara um expediente interpelando o IBGE, por considerar injustificável a ausência de seu município, por sua vitalidade econômica, e que esse cenário “Cria uma imagem negativa e distorcida de Rondonópolis, o que pode acarretar na perda de investimentos”.

O ranking não detalha sobre o peso dos dois parâmetros para sua elaboração. O Diário falou com o IBGE em Brasília sobre essa falta de clareza, mas sem sucesso: qualquer dúvida sobre essa questão tem que ser apresentada por requerimento virtual, que segundo a atendente demora alguns dias para ser respondido. O vereador bate cabeça quanto a essa interrogação, mas apresenta um trunfo em defesa de seu entendimento quanto à participação de Rondonópolis. “Em 2019, o ano-base adotado pelo IBGE o PIB de Rondonópolis era de R$ 11,35 bilhões, o segundo de Mato Grosso. Reginaldo observa que o parâmetro do PIB pesa muito favorável ao seu município, e que a produção agrícola rondonopolitana o deixa em situação confortável no comparativo com os 35 municípios mato-grossenses ranqueados.

Em ordem decrescente, em 2019 o PIB dos 10 municípios mato-grossenses no topo do ranking tinha Sinop, com R$ 6,59 bilhões, Sorriso (R$ 6,23 bi), Lucas do Rio Verde (RS 4,46 bi), Primavera do Leste (R$ 3,91 bi), Tangará da Serra (R$ 3,42 bi), Campo Novo do Parecis (R$ 3,40 bi), Nova Mutum (R$ 3,15 bi), Sapezal (R$ 2,59 bi), Diamantino (R$ 2,45 bi) e Campo Verde (R$ 2,36 bi).

O vereador lembra que no dia 9 deste mês de março o presidente do IBGE Cimar Azeredo, visitou o prefeito Zé Carlos do Pátio (PSB) em seu gabinete, para falar sobre o censo em andamento, mas que não fez referência ao ranking. “Se ele (Cimar) tivesse dito algo sobre essa aberração, minha cobrança seria feita na hora”, lamenta.

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O vice-prefeito de Rondonópolis, Aylon Arruda (PSD), e o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Alexsandro Silva, divergem de Reginaldo. Alegando que desconhecia os parâmetros para o ranking, Aylon observou que “Rondonópolis produz pouco e sua área agricultável é pequena”; o vice-prefeito observou que às vezes uma pequena cidade, como é o caso de Paranatinga, é sede de município que produz mais do que o seu. Alexsandro seguiu o entendimento do chefe, mas ambos destacaram a grandeza do agronegócio rondonopolitano apresentando números superlativos.

RANKING – Liderado nacionalmente por Sorriso o ranking registra 35 dos 141 municípios mato-grossenses. Em ordem decrescente: Sapezal, Campo Novo do Parecis, Nova Ubiratã, Nova Mutum, Diamantino, Campo Verde, Primavera do Leste, Lucas do Rio Verde, Querência, Campos de Júlio, Ipiranga do Norte, Brasnorte, Porto dos Gaúchos, Tapurah, Paranatinga, Canarana, São Félix do Araguaia, Santa Rita do Trivelato, Itiquira, Sinop, Gaúcha do Norte, Tabaporã, Nova Maringá, Santo Antônio do Leste, Vera, São José do Rio Claro, Feliz Natal, Tangará da Serra, Água Boa, Santa Carmem, São José do Xingu, Novo São Joaquim, Bom Jesus do Araguaia e Cláudia.

NÚMEROS – Quanto ao quesito PIB. Rondonópolis é destaque. Sobre a produção agrícola é preciso aguardar os números do IBGE. Porém na amplitude do agronegócio, a economia rondonopolitana lidera em Mato Grosso.

Rondonópolis tem o maior terminal ferroviário de cargas agrícolas da América Latina e anualmente escoa 22 milhões de toneladas de commodities do agronegócio para o porto de Santos; o município é conhecido como Capital Nacional do Bitrem, pela quantidade de pesadões ali emplacados; um dos mais modernos parques de exposições agropecuárias do Brasil está naquela cidade; sua agroindústria tem o maior polo brasileiro de esmagamento, refino e envasamento de óleo de soja; a região da Serra da Petrovina em Pedra Preta e o planalto em Alto Garças são os maiores produtores de semente de soja do Centro-Oeste, mas as sedes das sementeiras estão em Rondonópolis; o município tem indústrias de implementos agrícolas, é o maior polo misturador de fertilizantes do interior do país, tem uma das maiores frotas da aviação agrícola nacional e seu rebanho bovino é referência em sanidade animal. O município tem 240 mil habitantes e sua base econômica é o agronegócio.

O município de Rondonópolis tem peso na balança comercial brasileira. Em 2022 a economia rondonopolitana exportou para dezenas de países, US$ 2,97 bilhões (FOB) e importou US$ 2,53 bilhões gerando superávit de US$ 434 milhões. Os produtos exportados foram commodities agrícolas, e no sentido inverso o município recebeu aviões agrícolas, máquinas e equipamentos para o campo, veículos, tratores, insumos e outros itens para a cadeia do agronegócio. Com esse desempenho Rondonópolis é o maior exportador mato-grossense.

A sede da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT), considerada uma das principais instituições de pesquisa da agricultura tropical, é situada em Rondonópolis, onde também funciona a Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat). A Universidade Federal de Rondonópolis ministra os cursos de engenharia agrícola e ambiental, e de zootécnica, ambos voltados à produção agropecuária e diretamente ligados ao meio ambiente.

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