Um programa federal crucial está de olho em 32 pessoas em Mato Grosso, oferecendo proteção a defensores de direitos humanos, comunicadores e ambientalistas que vivem sob ameaça.
O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania revelou nesta quarta-feira (2) que, no Brasil, são 1.414 indivíduos nessa situação, com Mato Grosso ocupando a 16ª posição no ranking nacional.
A maioria dessas pessoas – cerca de 80% – são líderes que dedicam suas vidas à defesa do meio ambiente, da terra e de territórios tradicionais. Além deles, a proteção se estende àqueles que enfrentam o racismo, a LGBTQIA+fobia e outras violações de direitos.
Aumento alarmante de ameaças e perfil dos ameaçadores
Os dados mostram um cenário preocupante: o número de pedidos de proteção cresceu mais de 1.300% na última década (entre 2014 e 2025). Na região Centro-Oeste, os principais agressores costumam ser fazendeiros, grileiros e, cada vez mais, indivíduos que atuam no ambiente digital.
Em Mato Grosso, mesmo com um número menor de casos se comparado a estados vizinhos como Pará e Amazonas, os riscos são igualmente graves.
Entre os que necessitam de proteção estão povos indígenas, quilombolas, pescadores, ribeirinhos, membros de religiões de matriz africana e outras comunidades tradicionais, como extrativistas.
A vulnerabilidade dessas pessoas é acentuada pelo fato de que a maioria reside em áreas rurais isoladas, onde o acesso a serviços básicos e políticas públicas é precário.