Na manhã desta terça-feira (12.8), a Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Estelionato de Mato Grosso, deflagrou a Operação Aliança de Sangue em Várzea Grande. O objetivo foi cumprir mandados de busca e apreensão contra uma associação criminosa responsável por aplicar golpes em aposentados e pensionistas.
Foram cumpridos quatro mandados expedidos pelo Núcleo de Justiça 4.0 da Comarca de Cuiabá, envolvendo seis investigados. A Justiça também determinou a suspensão das atividades comerciais de uma empresa, o sequestro de bens e o bloqueio de valores das contas dos envolvidos.
O grupo criminoso, formado por ao menos cinco membros da mesma família, é acusado de estelionato majorado contra idosos ou pessoas vulneráveis, associação criminosa e lavagem de dinheiro. As investigações, iniciadas há cerca de um ano, identificaram mais de 30 vítimas e prejuízos que ultrapassam R$ 400 mil.
Segundo as apurações, os criminosos se aproveitavam do perfil vulnerável das vítimas, como idade avançada, baixa instrução e limitações cognitivas, para abrir contas bancárias e contrair empréstimos sem o consentimento dos aposentados. As vítimas só percebiam a fraude ao notarem descontos indevidos em seus benefícios do INSS.
O modus operandi consistia em visitar as vítimas em casa ou atraí-las para escritórios, onde simulavam o processo de contratação do empréstimo com a coleta de selfies e documentos. Enquanto informavam que o procedimento não estava concluído, já transferiam os valores para contas controladas pelo grupo, movimentando dinheiro entre contas de diversas vítimas para dificultar o rastreamento.
O delegado André Monteiro destacou que os escritórios eram criados e fechados rapidamente para dificultar a identificação dos suspeitos. Ele ressaltou ainda a dupla vulnerabilidade das vítimas, tanto pela situação financeira delicada quanto pela condição de idosos ou com limitações físicas e mentais.
A operação recebeu o nome Aliança de Sangue devido à participação de membros da mesma família na organização criminosa que explorava pessoas vulneráveis em Várzea Grande.
