Operação desarticula ”mercadinho” dentro de presídio em Rondonópolis

Fonte: CENÁRIOMT

Operação desarticula ''mercadinho'' dentro de presídio em Rondonópolis
Operação desarticula ''mercadinho'' dentro de presídio em Rondonópolis

Nesta terça-feira (18), a Delegacia de Rondonópolis cumpriu 11 mandados de busca e apreensão na Operação Mercado Paralelo, que visa investigar a lavagem de dinheiro para uma organização criminosa. A operação tem como principal foco um mercadinho ilegal situado dentro de uma unidade prisional na região.

Um dos alvos centrais da operação é a companheira de um dos presos recolhidos na Penitenciária Major Eldo de Sá Corrêa, em Rondonópolis. Ela é suspeita de estar envolvida na movimentação bancária dos valores arrecadados no tráfico operado por detentos dentro da penitenciária. A suspeita foi detida em flagrante em sua residência, onde também foram encontradas drogas que seriam destinadas à unidade prisional.

As investigações, conduzidas pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) de Rondonópolis, tiveram início em 2020 com o objetivo de apurar a atuação de um grupo envolvido em crimes de tráfico de drogas, associação e integração de organização criminosa. Durante as investigações, a Polícia Civil identificou que dois dos investigados, já detidos na Penitenciária Major Eldo de Sá Corrêa, estavam comandando o tráfico de drogas e controlando o fluxo de dinheiro destinado à unidade prisional, o que levanta a suspeita de possível crime de lavagem de dinheiro.

Segundo as apurações da Polícia Civil, os valores provenientes do tráfico de drogas estavam sendo utilizados para custear um mercadinho clandestino dentro da unidade prisional. Diálogos obtidos entre a investigada e seu namorado, que está preso por homicídio, indicam que ela era orientada a realizar depósitos de valores em diversas contas bancárias, que posteriormente eram sacados para possibilitar que os presos beneficiados realizassem compras no mercado oficial da penitenciária. Esses produtos eram posteriormente revendidos em um mercado paralelo, onde os preços eram muito superiores aos praticados no mercado convencional.

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A mulher já havia sido detida em flagrante em 2020, portando mais de cinco mil reais, e negou que o valor fosse proveniente do comércio de entorpecentes. Durante seu depoimento, ela afirmou que o marido era responsável pelo mercado paralelo existente na penitenciária regional e que levava, semanalmente, cerca de R$ 5 mil destinados a cinco presos.

Nesta terça-feira, a Derf de Rondonópolis cumpriu mandados de busca e afastamento de sigilo bancário, deferidos pela 5ª Vara Criminal do município. Os alvos das ordens judiciais foram dois presos detidos na penitenciária regional e suas respectivas companheiras. A ação faz parte da Operação Erga Omnes, que integra o planejamento estadual da Polícia Civil de Mato Grosso para o combate a organizações criminosas.

Redatora do portal CenárioMT, escreve diariamente as principais notícias que movimentam o cotidiano das cidades de Mato Grosso. Já trabalhou em Rádio Jornal (site e redação).