Manifesto pede justiça a mulheres vítimas de violência em Lucas do Rio Verde

Crimes registrados nos últimos dias comoveu a sociedade luverdense

Fonte: CenárioMT

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Os recentes crimes cometidos contra Francisca Alves Nascimento e Mayla Rafaela Martins provocaram comoção da população de Lucas do Rio Verde. Elas e outras mulheres vítimas de violência foram lembradas durante ato realizado no final da tarde desta quinta-feira (18) na Praça da Liberdade, ao lado do Mercado do Produtor Edivino Geller no bairro Jardim das Palmeiras.

O manifesto foi organizado por várias entidades que trabalham o empoderamento feminino e lutam contra a violência de gênero. Outras cidades também organizaram atos pedindo o fim da violência contra a mulher.

A praça da Liberdade recebeu a exposição ‘Além do Olhar’, que retrata situações cotidianas de violência contra mulheres, um varall com camisetas com inscrições pedindo o fim da violencia, além de cartazes e faixas. Alguns cartazes lembraram vítimas de feminícidio, como Salvina dos Santos Vidal e Valérie Petronetto, dois casos que também causaram comoção social.

A Ordem dos Advogados do Brasil, subseccional de Lucas do Rio Verde, marcou presença no manifesto. A presidente, Danusa Oneda, disse que a Comissão da Mulher foi representada por várias integrantes, destacando a importância do ato para conscientizar a sociedade a se envolver no combate à violência contra a mulher. “O que nós precisamos de fato é estar envolvidos, sair dos nossos bastidores e vir abraçar a causa. Precisamos umas das outras. O nosso grito de ‘nos deixem viver’ precisa ecoar. E ele só vai acontecer se nós reaçmente vivenciarmos isso”.

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Vereadores também estiveram presentes no ato, reforçando a necessidade de engajamento da comunidade para o enfrentamento do problema. A presidente, Sandra Barzotto, disse que é preciso mobilizações e atos como o realizado nesta quinta-feira para avaliar o impacto desse tipo de violência na sociedade. “Impacta muito mais quando ela deixa seus filhos que ficam a mercé, na sociedade, e, além disso, toda família, toda conjuntura que vive nesse cenário da violência, como um ato, muitas vezes, de impunidade. Precisamos elencar o que é necessário neste momento e sairmos da questão da impunidade”, ressaltou.

Para a secretária de Assistência Social, Janice Ribeiro, é um momento dos organismos que integram a rede de enfrentamento à violência contra a mulher promoverem um momento de reflexão e chamar a atenção das pessoas. “Porque sempre que acontece algum problema , algum feminícidio, todo mundo fica muito preocupado, apavorado”, disse. “O que nós queremos é apenas o direito de sermos iguais, não temos diferença de gêneros”, completou, cobrando leis mais rígidas aplicadas em crimes contra a mulher.

O prefeito Miguel Vaz disse que os casos de violência contra a mulher deixaram a comunidade bastante triste. Ele observa que as causas desses crimes são diversas. “Onde os homens não conseguem entender que a mulher é exatamente igual aos homens. É uma questão muito forte cultural e tem outras situações, como a impunidade. Precisamos pensar em levar esse manifesto adiante para que chegue ao Legislativo, à bancada federal, para que possa tornar as leis mais rígidas”, declarou.

A delegada de Polícia Civil, Ana Terra, participou do ato e mostrou preocupação com o aumento dos casos de feminícidio em Lucas do Rio Verde em comparação aos anos anteriores. Ela entende que atos públicos ajudam a conscientizar a população a enfrentar a violência contra a mulher. “Precisamos que as mulheres venham ás ruas para mostrar sua força, que deêm forças para vítimas que, por algum receio, medo do agressor, acabam não denunciando. A gente precisa estimular, dar força, pra que todas não se calem, para que vizinhos, familiares, amigos, ao identificarem situação de violência doméstica intervenham. São ações importantes para serem feitas no decorrer do ano pra conscientizar toda a população”, assinalou.

Durante o ato, os manifestantes fizeram orações pelas vítimas e seus familiares e assinaram um documento pedindo a pacificação da sociedade para enfrentar os casos de violência doméstica.

É formado em Jornalismo. Possui experiência em produção textual e, atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT produzindo conteúdo sobre política, economia e esporte regional.