Investigados por direcionar serviços funerários em Lucas do Rio Verde são alvos de operação nesta quarta

Os mandados estão sendo cumpridos nesta quarta-feira (1º) nas cidades de Sorriso, Sinop e Lucas do Rio Verde.

Fonte: CenarioMT com Assessoria

Operação da Polícia Civil cumpre mandados contra investigados por direcionar serviços funerários em Sorriso 

Operação da Polícia Civil cumpre mandados contra investigados por direcionar serviços funerários em Sorriso 

A Polícia Civil de Mato Grosso desencadeou nesta quarta-feira (01) a Operação Rip Money, para cumprimento de mandados de busca e apreensão e decretação de medidas cautelares contra três investigados por se associar criminalmente para direcionar pessoas falecidas a prestadoras de serviços funerários, em três cidades do norte do estado.

Os mandados estão sendo cumpridos nas cidades de Sorriso, Sinop e Lucas do Rio Verde.

A Delegacia da Polícia Civil em Sorriso instaurou um inquérito, no ano passado, para apurar os delitos de associação criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e usurpação de função pública cometido pelos investigados, entre eles, um homem que trabalha como vigilante de um hospital público no município.

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A operação cumpre buscas domiciliares em três endereços dos investigados e também medidas cautelares que determinaram o afastamento da função de vigilante e também de se aproximar dos hospitais e dos demais investigados.

Conforme a investigação, o vigilante se oferecia para encaminhar corpos de pessoas que faleceram em um hospital particular e Regional de Sorriso e nos hospitais Santo Antônio e Regional de Sinop a funerárias das cidades mencionadas. Além disso, ele cobrava um percentual de cada uma das empresas com quem tinha ‘um acordo’.

À empresa com quem desejava negociar, o vigilante relatou em detalhes o funcionamento do esquema da associação criminosa e como negociava com as demais funerárias.

Depoimentos coletados durante a investigação apontaram que o investigado apresentou uma ‘negociação’ com uma funerária, de um percentual de 15% do valor total que a empresa cobraria para fazer um translado fora do município. Caso a pessoa que falecesse fosse sepultada no município de Sorriso, o valor fixo cobrado seria de R$ 500,00.

A Polícia Civil apurou ainda que o investigado já tinha uma ‘parceria’ com uma funerária de Sorriso e com outras duas de Lucas do Rio Verde e de Sinop, porém, com essas o valor cobrado era fixado em 10%, acordo direto com os proprietários.

A investigação apontou ainda que durante a tentativa de abrir mais uma negociação escusa com uma funerária, o investigado disse que tinha informações de quando havia óbitos nos hospitais e do estado de saúde de pacientes que estavam na UTI em estágio terminal.

Ele contou ainda que estava ‘passando os óbitos’ dos hospitais Santo Antônio e Regional de Sinop a uma funerária já acordada, mas que tinha a intenção de passar os óbitos do Hospital Particular à funerária que denunciou o esquema.

Direcionamento de serviços

A investigação da Delegacia de Sorriso reuniu informações que demonstram que o vigilante fez negociação de direcionamento de serviços funerários de dois pacientes que ainda vivos, sob o argumento de que ‘a família tem dinheiro’ e de que as pessoas estavam ‘desenganadas pelos médicos’.

Depois, ele explicou como deveria ser feita a aproximação das famílias em luto. Para isso, procurava se aproximar em momentos de mais sensibilidade dos familiares se passando por funcionários da Perícia Técnica Oficial (Politec-MT), a fim de ter acesso a dados pessoais e contatos telefônicos.

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O investigado também disse em certa ocasião, demonstrando alegria: “pelo desespero da família aqui, acho que veio a óbito. Já vou descer lá”, ao falar como deveria ser a abordagem aos familiares de pacientes.

A Polícia Civil apurou também que dois proprietários de funerárias fizeram propostas ao vigilante para que os corpos dos hospitais públicos de Sinop fossem direcionados a suas empresas, o que caracterizou o crime de corrupção ativa.

Já o vigilante é investigado por associação criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e usurpação de função pública, este último por se fazer passar por servidor da Politec.

A operação tem como objetivo apreender materiais que possam reforçar a investigação e permitir à Polícia Civil identificar os agentes estatais que integram a associação criminosa.

Nome da operação

Rip é a sigla em latim para a expressão ‘requiescat in pace’, epitáfio que significa descanse em paz.

Possui experiência em produção textual e, atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT produzindo conteúdo sobre a região norte de Mato Grosso.