Em reunião, vereadores luverdenses ouvem comunidade para ajustar projeto que proíbe soltura de fogos de artifícios com ruídos sonoros

Sugestões apresentadas deverão ser incluídas no projeto que ainda tramita nas comissões da Câmara de Vereadores

Fonte: CenárioMT

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Foto: CenárioMT

A Câmara de Vereadores de Lucas do Rio Verde voltou a se reunir com a comunidade luverdense para discutir o projeto que proíbe a soltura de fogos de artifício com ruídos sonoros. O número de pessoas participantes foi menor em comparação a audiência realizada semana passada.

A comunidade contribuiu com sugestões para o ajuste do projeto. Questões como o limite proibitivo foi uma das que mereceu mais detalhamento. O texto original definia proibição em todo o perímetro luverdense. Como produtores rurais usam fogos de artifício para espantar animais selvagens das lavouras, houve o pedido para rever o texto. Inicialmente os vereadores sugeriram que os fogos não poderiam ser utilizados há menos de 1 quilômetro de comunidades rurais. Contudo, ficou definido em 450 metros a distância mínima a ser respeitada.

Outras dúvidas foram relacionadas à fiscalização. No texto original, a responsabilidade seria da Guarda Civil Municipal. Mas, caberá ao Poder Executivo regulamentar a fiscalização e aplicação de multas.

“Considerei de suma importância a participação da comunidade no melhoramento, no aprimoramento deste projeto para que a gente consiga atender a nossa sociedade de uma maneira mais eficiente”, avaliou o vereador Wlad Mesquita (Republicanos) um dos autores do projeto. Ele cita que ficou evidente a preocupação de todos os setores da sociedade em relação aos prejuízos provocados pelos ruídos provenientes de fogos de artifícios para crianças autistas.

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“(Discutimos com) vários segmentos da sociedade, uma problemática, e um procurando abrir mão de uma pequena parte pra melhorar a situação do outro, um analisando o seu ponto de vista, mas também respeitando o ponto de vista daquelas pessoas que mais precisam, que mais sofrem”, reforçou o vereador Márcio Albieri (PSD), presidente de uma das comissões que discutem o projeto.

Equilíbrio

Falando em nome do setor produtivo, o presidente do Sindicato Rural, Marcelo Lupatini, ressaltou o equilíbrio alcançado na discussão do projeto. Ele assinala que os vários segmentos puderam sugerir ajustes no texto que será levado a votação nos próximos dias. “Acredito que ficou equilibrada, para todos os lados, todos foram dentro do possível às suas demandas. E o principal, que todos saíram assim com a certeza que foi tomado, foi correto o resultado final”, acentuou.

Lupatini destacou que os fogos de artifício são uma importante ferramenta para preservar lavouras de milho. Várias propriedades rurais de Lucas do Rio Verde e cidades vizinhas são invadidas por porcos selvagens. “Nós, do sindicato, levantamos a causa há mais de um mês atrás, assim começamos graças a tecnologia que temos hoje de drones e tal, como esses quantificar, E nos assustamos com a quantidade de milho que eles estragam e cada ano vem aumentando a população que não tem inimigos naturais. E eles pra todos os cantos”, lamenta.

Fiscalização

O secretário de Planejamento e Cidade, Welligton Souto, acompanhou a reunião e observou a necessidade de atender todos os envolvidos no assunto. “Acho que a gente, hoje nessa noite, teve uma vitória muito importante. Eu percebi que, apesar dos pontos de vistas diferentes, a gente conseguiu montar algo assim razoável”, opinou Souto, lembrando que as várias sugestões acatadas pelos vereadores significa um importante avanço.

Ao assegurar o direito dos comércios e das pessoas que desejam fazer uso de fogos coloridos, com menor impacto de ruídos, houve o equilíbrio desejado. “Então, eu acredito que assim que a gente constrói uma cidade melhor, uma cidade com mais qualidade de vida, com mais inclusão social. E o Poder Executivo agora precisa fazer cumprir, fiscalizar. Eu acho que essa é a nossa parte, é o nosso dever e a gente tem que trabalhar pra que a gente seja eficiente nessa aplicação das leis que aqui são votadas”, concluiu.

É formado em Jornalismo. Possui experiência em produção textual e, atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT produzindo conteúdo sobre política, economia e esporte regional.