Decreto que regulamenta uso de redes sociais por guardas municipais gera debate em Lucas do Rio Verde

Norma que impõe limites às postagens de integrantes da GCM provoca reações nas redes sociais e manifesto dos vereadores Wlad Mesquita e Hélio Kaminski

Fonte: CenarioMT

Norma que impõe limites às postagens de integrantes da GCM provoca reações nas redes sociais e manifesto do vereador Wlad Mesquita

A publicação do decreto que regulamenta o uso de redes sociais pelos integrantes da Guarda Civil Municipal (GCM) de Lucas do Rio Verde tem gerado intenso debate nas redes sociais e até manifestações políticas.

O texto, assinado pelo prefeito na última sexta-feira, 17 de outubro de 2025, estabelece regras para o comportamento digital dos agentes, com o objetivo de preservar a imagem institucional, garantir a segurança das operações e reforçar a hierarquia dentro da corporação.

[Continua depois da Publicidade]

De acordo com o decreto, a liberdade de expressão dos servidores deve estar em harmonia com os deveres funcionais e com princípios como legalidade, moralidade e impessoalidade. Entre as principais determinações, está a proibição do uso do nome da GCM, brasão, uniforme, viatura ou símbolos oficiais em perfis pessoais, além do uso de e-mail institucional em contas privadas.

Também fica vedada a publicação de conteúdos que possam trazer descrédito à instituição, violar sigilo funcional ou expor vítimas e investigados. O texto ainda proíbe manifestações contrárias aos valores democráticos, a disseminação de fake news e discursos de ódio, bem como atitudes de autopromoção pessoal em razão do cargo.

[Continua depois da Publicidade]

Os agentes da Guarda têm um prazo de 30 dias para se adequar às novas regras. O decreto também alcança servidores afastados, licenciados ou em férias.

A repercussão, no entanto, foi imediata. Nas redes sociais, parte da população e alguns guardas classificaram a medida como uma “tentativa de censura”, argumentando que o decreto pode restringir o direito de expressão individual dos agentes.

O vereador Wlad Mesquita também se manifestou publicamente, criticando a medida. Em suas redes, o parlamentar afirmou que “a GCM é referência em Mato Grosso pelo grande trabalho realizado (…), principalmente a divulgação, pois é através da divulgação que que você consegue se conectar com o cidadão (…)”, afirma o parlamentar em suas redes sociais.

O vereador Hélio Kaminsk, tambem se possicionou contrário ao decreto. De acordo com o parlamentar: “trata-se de um decreto inconstitucional, que dispões sobre o uso das redes sociais, que regulamenta as redes sociais. Que bate de frente com Artigo 5º da nossa Constituição, que prevê a Liberdade de Expressão para todos os brasileiros, (…)”, destacou o parlamentar.

A Prefeitura, por sua vez, sustenta que a regulamentação segue modelos adotados em outras corporações do país e busca apenas “proteger a imagem institucional e garantir a segurança das informações operacionais”.

O decreto determina ainda que a Corregedoria da GCM inclua, nos cursos de formação e atualização, conteúdos sobre ética, responsabilidade funcional e segurança da informação. O texto entrou em vigor na data de sua publicação, mas, ao que tudo indica, o debate sobre seus limites está apenas começando em Lucas do Rio Verde.

Para receber nossas notícias em primeira mão, adicione CenárioMT às suas fontes preferenciais no Google Notícias .
Reporter e editor do CenárioMT, possui experiência em produção textual e, atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT produzindo conteúdo sobre a região norte de Mato Grosso. Cargo: Repórter, DRT: 0001686-MT