A Escola Estadual Jada Torres, localizada em Mato Grosso, desenvolve um projeto de horta escolar que se consolidou como ferramenta pedagógica, social e de promoção da alimentação saudável entre os estudantes.
A iniciativa integra o Projeto Hortas Escolares, promovido pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc) em parceria com a Secretaria de Agricultura Familiar (Seaf). Em 2025, o programa contemplou 300 escolas, cada uma recebendo R$ 10 mil para compra de ferramentas, sementes e insumos. O investimento total foi de R$ 3 milhões.
Segundo a Seduc, o objetivo é integrar hábitos saudáveis ao currículo escolar, promovendo refeições equilibradas, o contato com alimentos naturais e o aprendizado interdisciplinar.
Na escola de Tangará da Serra, a horta começou a ser cultivada em 2023. A diretora, Idalina Meurer, destaca que o espaço se tornou um ambiente de aprendizado que envolve disciplinas como língua portuguesa, ciências e artes. “Trabalhamos a horta como espaço pedagógico. Os alunos entendem a importância da alimentação saudável e também desenvolvem habilidades de relacionamento e respeito”, afirmou.
Além do cultivo de hortaliças e plantas medicinais, o projeto enfatiza a produção orgânica, sem uso de pesticidas, utilizando adubo gerado por compostagem. A professora de ciências, Rute Araújo, explica que o tema é abordado inicialmente em sala e, depois, aplicado na prática. “Plantamos alface, couve e cheiro-verde, que ajudam na alimentação escolar e servem como apoio ao ensino de ciências e química”, contou.
Maria Eduarda Sousa Santos, estudante do 8º ano, participa ativamente das atividades. “A horta ajuda a entender melhor as aulas. Quando a professora pergunta, eu já sei a resposta”, relatou.
Além do aprendizado, o projeto contribui socialmente. Parte da produção é doada a alunos em situação de vulnerabilidade, reforçando a função social da escola. A participação dos estudantes inclui atividades aos sábados, com ações de manutenção e limpeza do espaço.
Como parte do incentivo à agroecologia, a Seduc também implementou nas escolas rurais a disciplina eletiva “Agroecologia: Conhecimento, Produção e Prática”, que resgata práticas produtivas tradicionais e valoriza o protagonismo dos jovens no campo.