Comissão de Conflito Fundiário de Mato Grosso inicia os trabalhos

Fonte: CENÁRIOMT

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Mato Grosso deu mais um importante passo na busca de resoluções dos conflitos coletivos de desocupação de imóveis rurais e urbanos com a definição do fluxo de ações e a escolha dos processos prioritários na primeira reunião ordinária realizada pela Comissão de Conflito Fundiário do Poder Judiciário do Estado de Mato Grosso (CCF-PJMT).

O encontro que aconteceu nesta sexta-feira (27/01), na sala de reuniões da Corregedoria-Geral da Justiça do Poder Judiciário de Mato Grosso, contou com a presença de representantes do Judiciário, membros do Executivo Estadual, OAB-MT, Procuradoria-Geral do Estado, Casa Civil, Ministério Público, Defensoria Pública, Secretaria do Estado de Segurança Pública, Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat), Polícia Militar, Conselho Estadual de Direitos Humanos e Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM).

“A Corregedoria com muita alegria recebe todos os participantes dessa Comissão que tem o intuito de resolver conflitos de forma segura e dinâmica, assegurando o Direito à moradia e à propriedade. Nesta primeira reunião ordinária definimos o fluxo do procedimento judicial e selecionamos cinco casos prioritários que iremos trabalhar nos próximos 40 dias. Estamos todos empenhados em cumprir as determinações e providências da decisão proferida na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 828 do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso”, disse o juiz auxiliar da Corregedoria-Geral da Justiça do TJMT, Eduardo Calmon de Almeida Cézar, que lidera a Comissão.

Calmon explicou que desde a realização da última reunião a Corregedoria determinou que as juízas e juízes de primeiro grau informassem a relação de processos que estejam com mandados de desocupação suspensos em razão da ADPF 828 do STF.

 

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“Com esse levantamento em mãos definimos alguns critérios para iniciar os trabalhos. Sabemos que essa é uma iniciativa nova, que serão necessários ajustes, mas estamos focados em atingir esse objetivo. A intenção agora atuar nas ações prioritárias definidas pela Comissão, claro que nada impede, caso surja alguma demanda urgente, a análise de um novo processo”, detalhou.

Para o corregedor-geral da Justiça de Mato Grosso, o desembargador Juvenal Pereira da Silva, a Comissão cumprirá um importante papel de apoio operacional aos magistrados. “Além disso, visa humanizar desocupações coletivas de imóveis, amenizando o risco de violência, pois promoverá a busca de outro local para que as famílias retiradas de um imóvel por ordem judicial possam continuar vivendo com dignidade”, apontou.

O presidente do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Soluções de Conflitos (Nupemec), desembargador Mário Roberto Kono, complementou que será um processo construtivo e que irá demandar de todos os agentes envolvidos. “Vamos trabalhar juntos para trazer agilidade a esses processos”. Mesmo pensamento do presidente do Intermat, Francisco Serafim de Barros. “Estamos à disposição para auxiliar no que for preciso na busca da resolução dos conflitos fundiários de natureza coletiva, rurais ou urbanas”.

Já o Secretário adjunto de Direito Humanos, Kennedy Dias, que na reunião representou a secretaria Grasielle Bugalho, da Secretária de Estado de Assistência Social e Cidadania (Setasc), destacou que a Comissão terá um importante papel de humanização. “Muitas vezes cumprimos as decisões friamente, mas como a Comissão se propôs a visitar in loco as desapropriações, teremos a oportunidade de fazer um trabalho humanizado”. Para o secretário adjunto de Relações Políticas do Governo, Claudio José Barros Campos, a reunião foi extremamente prolífica.

 

“Já definimos algumas ações como os cinco processos que iremos trabalhar o cronograma das ações e esperamos contribuir na busca para soluções definitivas dos conflitos agrários para que todos os direitos sejam garantidos com dignidade e cidadania”, afirmou.

“Iniciamos os trabalhos da Comissão com muita expectativa, um novo desafio, mas que a OAB vai realizar sua parte auxiliando nas questões fundiárias”, finalizou o presidente da Comissão de Assunto Fundiários da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT), Houseman Thomaz Aguliari.

Redatora do portal CenárioMT, escreve diariamente as principais notícias que movimentam o cotidiano das cidades de Mato Grosso. Já trabalhou em Rádio Jornal (site e redação).