Advogado diz em depoimento que madrasta suspeita de matar enteada envenenada tentou impedir necropsia em MT

Fonte: Por G1 MT

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Um advogado que prestou serviços para uma mulher, de 42 anos, suspeita de matar a enteada dela, por envenenamento, disse à polícia que a mulher teria tentando impedir que corpo da vítima foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML).

Segundo ele, no dia em que Mirella Poliane Chue de Oliveira, de 11 anos, morreu, a suspeita teria ligado pela ele pedindo orientações sobre ser necessário ou não, encaminhar o corpo para exame e de necropsia. Ela teria argumentado que o médico do hospital onde a menina estava internada não era legista.

Quanto ao questionamento, segundo ele, orientou que o exame era comum nestes casos e um procedimento legal.

Além de prestar auxílio nesse fato específico, ele teria advogado para a investigada em processos que envolvia os bens de Mirella. A madrasta teria tentado negociar um terreno com dinheiro da indenização recebida pela menina, em razão da morte da mãe, durante o parto.

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A madrasta também teria solicitado ao profissional, em abril deste ano, que impetrasse uma ação requerendo a liberação de parte da indenização que já estava no banco, em nome de Mirella, para custear o tratamento dela.

De acordo com a lei, os valores já indenização só poderiam ser liberados quando a menina fizesse 24 anos ou em caso de extrema urgência. A madrasta alegou que a menina estava doente e que os médicos não estavam conseguindo diagnosticar o problema. Dessa forma, ela usaria o dinheiro para levar a menina a São Paulo.

Posteriormente, ela teria dito ao advogado que o dinheiro havia sido usado para a compra de um terreno que seria registrado em nome de Mirella.

Em alguns trechos do depoimento, o advogado relata o marido da suspeita, pai de Mirella, teria participado de algumas negociações. Ele, inclusive teria levado documentos até o escritório do advogado.

O caso

Mirella morreu no dia 14 de junho, em um hospital particular de Cuiabá, após sucessivas internações. O corpo da vítima foi encaminhado para o IML, onde descobriu-se que ela poderia ter sido morta por envenenamento.

A principal suspeita do crime é a madrasta. Segundo a Delegacia Especializada de Defesa da Criança e do Adolescente, ela teria planejado a morte da menina, para ficar com uma indenização que no valor de R$ 800 mil.

O dinheiro seria resultante de uma ação impetrada pela família após a morte da mãe de Mirella, durante o parto, em razão de uma suposta negligência médica.

A investigação apontou que a madrasta dava doses diárias de veneno para a menina durante dois meses.

A substância teria sido ministrada gota a gota, entre abril e junho deste ano, de acordo com a Deddica. A operação que prendeu a suspeita recebeu o nome do conto de fadas “Branca de Neve”.

Desde então, a vítima era constantemente internada com dor de cabeça, tontura, dor na barriga e vômito. Entretanto, no hospital ela melhorava, ganhava alta, voltava para casa e depois de alguns dias, era internada novamente com os mesmo sintomas.

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Ela recebia diagnósticos de infecção, pneumonia e até meningite. Na última vez em que foi parar no hospital, a menina já chegou morta.

A suspeita está presa desde o dia 9 de setembro.