Preço do etanol cai 10% e já é encontrado a R$ 2,97 em Cuiabá

Fonte: CENÁRIOMT COM INF. REPÓRTERMT

Sefaz identifica esquema de fraude no comércio de combustíveis2020 12 07 19:57:32
Figueiredo - SECOM/MT

Os motoristas cuiabanos tiveram uma grata surpresa, e um alívio no bolso, durante essa última semana ao pararem nos postos de combustíveis para abastecer seus veículos com etanol.

O combustível que terminou a primeira semana de fevereiro custando R$ 3,29, veio perdendo valor diariamente desde a segunda-feira (08), quando era possível encontrar álcool a R$ 3,17. Até esta sexta-feira (12), quando encontramos o produto a R$ 2,97.

Na contramão do álcool, no meio da semana a gasolina teve aumento de 7% na refinaria e o diesel 3%. No entanto, ainda não foi repassado ao consumidor devido aos estoques do produto adquirido anteriormente, mantendo inalterado o valor na bomba.

No entanto, embora muito bem vinda, a queda no preço do etanol não tem um motivo específico. E até o Diretor Executivo do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleieras do Estado de Mato Grosso (Sidalcool MT), Jorge Santos, foi pego de surpresa com essa ‘baixa’ na bomba.

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“Eu também estranhei, vi nos postos a R$ 3,09, R$ 3,11, R$ 3,05, porque razão eu também não sei, não consegui entender, pois, nas últimas seis semanas não tem acontecido alterações de preços reais nas usinas, e quando aconteceu foi diferença de 1 ou 2 centavos, que é mais estatístico do que variação real, então, a princípio, não há o que justifique nem aumento e nem queda no preço do etanol. Aí eu vou para a rua o preço caiu nos postos, eu acho ótimo”, contou Jorge.

O especialista explicou que nesta época do ano a produção de etanol é à base de milho, produto que ainda não entrou na safra e por isso é cotado caro, impedindo uma redução de preços nas usinas.

“Essa época de produção é só milho. A cana para no final de novembro, começo de dezembro. O valor do milho está nas alturas, já que a safra não começou ainda, então não há como prever queda de preço nas usinas”.

Uma das especulações para tentar entender o que está acontecendo, já que a venda do combustível ainda sofre com a crise causada pela pandemia do novo coronavírus, e hoje a venda ainda está 12% menor se comparado com 2019, é a possibilidade de alguma usina com excesso de etanol precisando girar o produto.

“2019 nós vendemos 1 bilhão e 60 milhões de litros de etanol. 2020 não deve chegar a 900 milhões vendidos. A empresa não parou de produzir e como não está vendendo na mesma proporção, o preço pode ter baixado para tentar fazer com que o volume de vendas cresça”, especulou.

Outra possibilidade para essa queda no preço do álcool é a ‘movimentação de mercado’, ou seja, um posto faz uma promoção, derruba o valor do combustível e pressiona a concorrência a fazer o mesmo, para manter a competitividade, ainda reflexo da baixa procura pelo produto.

Os postos de combustíveis também devem estar com estoque do produto ou contrato de fornecimento precisando girar, então baixam o preço na bomba, já que a economia ainda segue na tentativa de recuperação.

“É um movimento de mercado. Um posto baixa, outro, para não perder mercado, baixa também, daqui a pouco baixou geral. Até que ‘alguém’ acorda e grita ‘gente estamos perdendo dinheiro, aumenta aí’, quando os preços voltam a subir”, relatou.