Após seis anos de redução, os furtos de combustíveis em dutos da Transpetro voltaram a subir em 2025. Dados da companhia indicam 17 casos até 30 de junho, com média mensal de 2,83 ocorrências — um aumento de 36% em relação à média de 2024, que foi de 2,08.
O crime, chamado de derivação clandestina, consiste em perfurações nas tubulações subterrâneas para desvio de combustíveis. A Transpetro, maior operadora de dutos do país, mantém uma malha logística de 8,5 mil quilômetros, transportando petróleo e derivados como gasolina e diesel. Além do prejuízo econômico, o crime pode provocar desabastecimento, danos ambientais e riscos à segurança.
O pico histórico foi em 2018, com 261 casos. Desde então, os números caíram, chegando a 25 em 2024. Para prevenir novas ações, a Transpetro investe R$ 100 milhões anuais em segurança, incluindo monitoramento 24h, tecnologias de detecção remota, equipes especializadas, parcerias com autoridades e campanhas junto a comunidades próximas.
O perfil dos criminosos revela alto grau de especialização, uso de caminhões-tanque de alto valor e preferência por áreas remotas e horários noturnos. Em casos mais sofisticados, chegam a cavar túneis a partir de imóveis alugados. A empresa utiliza drones e inteligência artificial para reforçar o combate.
No campo legislativo, quatro projetos tramitam no Congresso para tipificar o crime e aumentar as penas, incluindo propostas para classificá-lo como hediondo. A Transpetro defende o endurecimento das punições e acompanha o debate.