Tiroteios aumentam 36% no Rio, Recife e Salvador no primeiro semestre

Levantamento do Instituto Fogo Cruzado revela crescimento preocupante da violência armada nas regiões metropolitanas das três capitais.

Fonte: CenárioMT

Moradores do Complexo do Alemão fazem protesto pacífico pedindo paz na comunidade e justiça pela morte do menino Eduardo de Jesus, 10 anos, atingido na quinta-feira (2) por uma bala perdida (Tomaz Sil
Tiroteios aumentam 36% no Rio, Recife e Salvador no primeiro semestre - Foto: 04 14:23:56

As regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Salvador e Recife registraram um aumento de 36% nos tiroteios envolvendo disputas entre grupos armados no primeiro semestre deste ano. Segundo dados do Instituto Fogo Cruzado, divulgados nesta segunda-feira (21), foram contabilizados 253 confrontos armados, contra 186 no mesmo período do ano passado. O número de mortos chegou a 108, com 64 feridos. Em 2024, o saldo foi de 80 mortos e 60 feridos.

O levantamento abrange 49 municípios monitorados nas três regiões. De acordo com o relatório, 20 pessoas foram atingidas por balas perdidas e 21 crianças e adolescentes foram baleados, dos quais 11 morreram — um aumento de 91% em relação ao ano anterior.

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Para o Instituto Fogo Cruzado, esses episódios têm impactos diretos na rotina urbana, afetando desde o deslocamento até a sensação de segurança da população. A diretora de Dados e Transparência da organização, Maria Isabel Couto, alertou que o aumento nos confrontos representa traumas diários para famílias e crianças, e cobra ações efetivas dos governos estaduais e federal.

Rio de Janeiro lidera número de confrontos

No Rio de Janeiro, os bairros Morro dos Macacos, Complexo do Fubá, Catiri e Complexo do Juramento concentraram 57% dos tiroteios ligados a disputas armadas, totalizando 154 ocorrências. Essas áreas também foram responsáveis por 36% das vítimas no período. Vila Isabel, na zona norte, teve 66 registros e segue entre os bairros mais afetados, mantendo a tendência desde 2024, quando teve 88 casos.

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Além disso, a polícia esteve envolvida em 504 dos 1.346 tiroteios mapeados entre janeiro e junho — cerca de 41%. No mesmo intervalo de 2024, a participação policial foi de 34% dos casos.

Recife tem salto expressivo nos registros

Na região metropolitana do Recife, os confrontos armados saltaram de apenas um caso em 2024 para 18 neste primeiro semestre. Seis ocorreram na capital, enquanto Olinda e Paulista registraram quatro cada, além de episódios em Cabo de Santo Agostinho, Goiana e Moreno. Duas crianças morreram por balas perdidas: uma em Água Fria, no Recife, e outra em Peixinhos, Olinda.

Entre as 39 vítimas de balas perdidas, 31 foram atingidas como consequência de homicídios ou tentativas. Olinda foi o município com maior número de casos (17), seguido por Cabo de Santo Agostinho e Recife, ambos com oito.

Salvador mantém alta estabilidade

Em Salvador e região metropolitana, foram registrados 81 tiroteios relacionados a disputas armadas no primeiro semestre, resultando em 45 mortos e 28 feridos. O número de confrontos se manteve estável em relação a 2024, quando também houve 81 registros, mas com 35 mortos e 23 feridos.

Autoridades se posicionam

O governo do Estado do Rio de Janeiro, por meio de nota, informou que não comentaria os dados do Instituto Fogo Cruzado, mas destacou que a letalidade violenta teve queda histórica em maio e junho, segundo o Instituto de Segurança Pública. O resultado seria fruto de investimentos de mais de R$ 4,5 bilhões em tecnologia, inteligência e capacitação policial.

Até o momento, os governos de Recife e Salvador não se pronunciaram.

*Com informações da Rádio Nacional

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Gustavo Praiado é jornalista com foco em notícias de agricultura. Com uma sólida formação acadêmica e vasta experiência no setor, Gustavo se destaca na cobertura de temas relacionados ao agronegócio, desde insumos até tendências e desafios do setor. Atualmente, ele contribui com análises e reportagens detalhadas sobre o mercado agrícola, oferecendo informações relevantes para produtores, investidores e demais profissionais da área.