Senadores tentam reverter tarifa imposta por Trump com diálogo nos EUA

Parlamentares brasileiros buscam apoio político e empresarial em Washington para enfrentar a tarifa de 50% sobre importações anunciada por Trump.

Fonte: CenárioMT

O relator e autor do relatório final da CTENORTE, senador Nelsinho Trad, durante pronunciamento na Comissão Temporária do Senado sobre a Criminalidade na Região Norte
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Uma comitiva formada por oito senadores brasileiros está em Washington, nos Estados Unidos, com o objetivo de estabelecer canais de diálogo com congressistas americanos e representantes do setor empresarial. A missão visa discutir alternativas à tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada pelo presidente americano Donald Trump.

O grupo se reuniu com representantes da Embaixada do Brasil e empresários. Nesta terça-feira (29), está prevista uma nova rodada de encontros com seis congressistas dos partidos Republicano e Democrata. As tarifas começam a vigorar na próxima sexta-feira (1º).

O senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores, lidera a delegação e declarou que a prioridade é “distensionar” a relação bilateral. Para ele, isso abriria caminho para que o governo federal, com prerrogativa de negociação, possa agir.

A agenda já incluiu reuniões com executivos de multinacionais como Cargill, ExxonMobil, Johnson & Johnson e Caterpillar. Ainda estão previstos encontros com representantes da Americas Society/Council of the Americas até esta quarta-feira (30).

Além de Trad, compõem a missão os senadores Tereza Cristina (PP-MS), Marcos Pontes (PL-SP), Rogério Carvalho (PT-SE), Carlos Viana (Podemos-MG), Fernando Farias (MDB-AL), Esperidião Amin (PP-SC) e Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado.

O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que o governo brasileiro mantém tratativas discretas com os EUA por vias institucionais. Segundo ele, o diálogo busca evitar prejuízos à economia nacional e preservar as relações diplomáticas históricas entre os países.

O anúncio do tarifaço ocorreu em 9 de julho, com Trump alegando desequilíbrio comercial — mesmo com o Brasil registrando déficit há 17 anos. Outras justificativas incluem restrições a plataformas digitais americanas e o processo contra Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.

Autoridades dos EUA também abriram investigação contra o Pix, alegando possível prática desleal de mercado, o que afetaria empresas como Visa, MasterCard e Meta (controladora do WhatsApp Pay).