Proposta de cooperação entre Estado e município na área de segurança provoca polêmica em sessão da Cãmara

Vereadores de oposição questionaram necessidade de o município assumir limpeza e manutenção de prédios de órgãos de segurança

Fonte: CenárioMT

Foto: Rayan Nicácio/Ascom

Um projeto que propõe cooperação entre Estado e município na área de segurança foi motivo de polêmica durante a sessão da Câmara de Lucas do Rio Verde. De um lado, vereadores que não concordaram que o município assuma responsabilidade do governo estadual. Do outro, os que acreditam na necessidade de atender as necessidades dos órgãos de segurança para o atendimento das demandas da população.

O projeto foi aprovado por 5 votos a 3. Votaram contra os vereadores Ademilson Pereira (Zinho), Marcos Paulista e Marcio Albieri. Durante a discussão do projeto, os vereadores expuseram a preocupação do município em assumir a responsabilidade pela limpeza e manutenção dos prédios onde estão instalados as Polícias Civil, Militar e o Corpo de Bombeiros.

[Continua depois da Publicidade]

“Uma responsabilidade a mais do município que já faz investimentos para manter estagiários, com jornada voluntária, que faz um grande investimento com a nossa Guarda Municipal Civil e agora o município vai ter que assumir as limpezas da Delegacia Civil, do Batalhão da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiro, da Penitenciária, da parte administrativa, do socioeducativo. Isso não é responsabilidade da do município de Lucas do Rio Verde, Isso é responsabilidade do Estado”, reclamou o vereador Márcio Albieri.

Ele lembra que, em contrapartida, o município tem um efetivo menor que o apresentado há 8 anos, quando Lucas do Rio Verde tinha população estimada em 45 mil habitantes. Hoje são quase 100 mil moradores. “E o Estado agora joga a responsabilidade de fazer limpeza. O Estado não está dando conta nem de fazer a limpeza dessa dos prédios públicos. Aí que é de competência dele, relacionada à segurança pública. Isso é uma vergonha”, completou Albieri.

[Continua depois da Publicidade]

Já os vereadores Ideiva Foletto, Daltro Figur, Wlad Mesquita, Gilson Urso e Wagner Godoy votaram favoráveis. Eles entenderam a necessidade de apoiar as instituições de segurança pública pensando na oferta de serviços aos luverdenses. “A política é isso, são pontos de vista. Eu acredito que o projeto necessitava a ser aprovado pelo fato de ele atender diretamente o cidadão luverdense, que clamam tanto por segurança pública. Nós precisamos cobrar, sim, do governo do Estado, para que ele cumpra com o seu dever de ofício, que está na Constituição”, defendeu Wlad Mesquita.

O vereador justificou o voto assinalando que o poder público não pode deixar esse ‘lapso temporal’ no que se refere ao atendimento ao cidadão. “O cidadão quer o atendimento. Quando chega na delegacia, ele quer um ambiente adequado para que possa fazer seu boletim de ocorrência, ele quer uma estrutura necessária para atender aos seus anseios e a gente precisa entregar isso ao cidadão. Enquanto o governo do estado não entrega esse serviço, nós precisamos entregar”, defendeu.

Debates

A presidente da Câmara de Vereadores, Sandra Barzotto, disse que a discussão em torno do assunto é normal e compreensível. “Sabemos que é uma obrigação do Estado, essa foi a principal discussão registrada aqui. Mas que, ao mesmo tempo os nossos munícipes não podem pagar o preço pelo Estado não estar fazendo esse tipo de serviço. O que a gente entende é que nós temos que buscar cada vez mais que esse dinheiro seja repassado ao município, porque esse tipo de serviço é muito mais eficiente e com maior celeridade prestado pelo município”, analisou.

A presidente observou ainda que isso oportuniza muito mais a fiscalização dos vereadores locais. “Agora, quando é prestado pelo Estado, dificulta mais até o diálogo com o governo que fica um pouco distante. Esse foi o principal motivo de discussão. Não é que os vereadores seriam contra este tipo de serviço, mas a única questão é em relação a de onde vem essa verba, que a responsabilidade seria do Estado, mas nesse termo de cooperação o município é que presta esse serviço”.

Efetivo policial

Em relação ao efetivo das forças de segurança do município, Sandra Barzotto destaca que é uma demanda crescente e que há esforços do poder público no sentido de cobrar que novos agentes sejam destinados para atuar em Lucas do Rio Verde. “Nós já fomos, tivemos falando inclusive com o Secretário de Segurança, a promessa era que a partir do concurso nós teríamos mais efetivo. Nós estamos ainda nessa promessa e indo até o Governo. O prefeito (Miguel Vaz) também tem insistentemente ido até o governo, mas por enquanto só estamos na promessa”, comentou.

A presidente adiantou que o fato de Lucas do Rio Verde ter índices de criminalidade menores que de outras cidades não é justificativa para que o efetivo não tenha reforço. “Não é isso que nos interessa. Nós queremos realmente uma cidade segura, nós queremos estar seguros onde nós estamos”, concluiu.

Para receber nossas notícias em primeira mão, adicione CenárioMT às suas fontes preferenciais no Google Notícias .
Formado em Jornalismo, possui sólida experiência em produção textual. Atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT, onde é responsável por criar conteúdos sobre política, economia e esporte regional. Além disso, foca em temas relacionados ao setor agro, contribuindo com análises e reportagens que abordam a importância e os desafios desse segmento essencial para Mato Grosso. Cargo: Jornalista, DRT: 0001781-MT