Após a decretação da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, a oposição ocupou nesta terça-feira (5) as mesas diretoras do Senado e da Câmara dos Deputados, exigindo medidas como anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro e o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Os parlamentares, que se reuniram em frente ao Congresso Nacional, alegam que as ações visam “pacificar o país”. Entre as reivindicações está a votação imediata de uma anistia ampla aos condenados por tentativa de golpe de Estado, além do fim do foro privilegiado, tema de uma proposta de emenda à Constituição também defendida pelo grupo.
Flávio Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, afirmou que o impeachment de Moraes é o primeiro passo para restaurar a paz institucional. Já o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), criticou a ausência de diálogo com o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), e anunciou que os oposicionistas manterão a ocupação e promoverão obstrução das sessões legislativas.
No mesmo tom, o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), declarou que o grupo está “se apresentando para a guerra”, reforçando que não haverá pacificação sem anistia, fim do foro privilegiado e destituição de Moraes.
Na Câmara, o vice-presidente da Casa, Altineu Côrtes (PL-RJ), afirmou que irá pautar o projeto de anistia assim que assumir a presidência interina, caso Hugo Motta (Republicanos-PB) se ausente do país.
O movimento ocorre após o STF determinar medidas cautelares contra Bolsonaro, incluindo a proibição do uso de redes sociais, o que teria sido descumprido por meio do perfil do senador Flávio Bolsonaro. A violação motivou a ordem de prisão domiciliar decretada por Alexandre de Moraes.
A oposição alega que os processos contra Bolsonaro são politicamente motivados e tenta barrar o julgamento no Supremo. Além disso, a Procuradoria-Geral da República solicitou a abertura de nova investigação sobre uma possível tentativa de obstrução do processo penal por parte do ex-presidente e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), atualmente licenciado e nos Estados Unidos.
Até o momento, os presidentes Davi Alcolumbre e Hugo Motta não se pronunciaram oficialmente sobre a ação da oposição no Congresso.