Operação policial no Rio deixa 64 mortos e se torna a mais letal dos últimos anos

A Operação Contenção, realizada nos complexos da Penha e do Alemão, superou o número de mortes registradas no Jacarezinho em 2021, segundo o Instituto Fogo Cruzado.

Fonte: CenárioMT

Operação policial no Rio deixa 64 mortos e se torna a mais letal dos últimos anos
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A Operação Contenção, deflagrada desde a manhã desta terça-feira (28) nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, resultou em 64 mortes — 60 civis e quatro militares. Segundo o Instituto Fogo Cruzado, trata-se da ação policial mais letal registrada nos últimos anos, ultrapassando a operação do Jacarezinho, em 2021, que terminou com 27 civis mortos.

O total de vítimas representa cerca de um quinto de todas as mortes em ações policiais em 2025, que somam 353 até o momento. Além das mortes, 11 civis e oito policiais ficaram feridos, e três pessoas foram atingidas por balas perdidas.

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De acordo com o levantamento do instituto, as operações mais letais no estado nos últimos anos foram:

  • 28 de outubro de 2025 – Complexos da Penha e do Alemão: 60 civis mortos;
  • 6 de maio de 2021 – Jacarezinho: 27 civis mortos;
  • 24 de maio de 2022 – Complexo da Penha: 23 mortos;
  • 21 de julho de 2022 – Complexo do Alemão: 16 mortos;
  • 23 de março de 2023 – Salgueiro: 13 mortos.

Segundo o governo estadual, esta é a maior operação de segurança no Rio de Janeiro em 15 anos. Cerca de 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar foram mobilizados para prender lideranças do tráfico e conter a expansão territorial do Comando Vermelho.

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Os confrontos geraram medo entre moradores, afetaram o funcionamento de escolas e serviços e provocaram o fechamento de vias na cidade. A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Alerj divulgou nota expressando “extrema preocupação com a escalada de violência provocada pela megaoperação”. O órgão informou que irá acionar o Ministério Público e as forças de segurança para exigir explicações sobre as circunstâncias da ação, que transformou novamente as favelas do Rio em cenário de guerra.

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Graduado em Jornalismo pelo Unasp (Centro Universitário Adventista de São Paulo): Base sólida em teoria e prática jornalística, com foco em ética, rigor e apuração aprofundada.