Marcha reúne mulheres negras no Rio em defesa de justiça e bem-viver

Manifestação marcou o aniversário de Marielle Franco e reforçou pautas contra o racismo e a violência, com forte presença de lideranças e familiares.

Fonte: CenárioMT

Rio de Janeiro (RJ), 27/07/2025 – XI Marcha das Mulheres Negras, em Copacabana, mobilização contra o racismo, por justiça e bem viver. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Milhares de mulheres negras ocuparam a orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, neste domingo (27), durante a XI Marcha das Mulheres Negras. O ato teve como lema “Contra o racismo, por Justiça e Bem-Viver” e reuniu diversos coletivos de todo o estado em uma mobilização por direitos, memória e resistência.

A data foi escolhida em alusão ao Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrado em 25 de julho, e também ao aniversário da vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, participou da marcha ao lado da mãe, Marinete Silva, e da sobrinha, Luyara Franco.

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“Estamos aqui com muitas mulheres negras gritando por resistência. Sabemos o que é estar de todos os lados da trincheira”, afirmou a ministra.

A manifestação reforçou pautas históricas como o direito ao bem-viver, conceito que, segundo Jupi Conceição, do Fórum Estadual de Mulheres Negras, envolve liberdade, segurança, alimentação e o fim da violência contra as mulheres. A faixa principal da marcha foi conduzida por jovens e meninas negras, simbolizando a continuidade do movimento.

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Casos emblemáticos de violência estatal também foram lembrados. Mães como Rafaela Mattos, cujo filho João Pedro foi morto em 2020 por policiais, exigiram justiça. Após reviravolta judicial recente, o caso deve ir a júri popular, mas ainda sem data definida.

“Temos esperança, mas ainda convivemos com medo. O racismo e o fato de João ter sido morto numa favela explicam a demora da justiça”, declarou Rafaela.

Mônica Cunha, cofundadora do Movimento Moleque, destacou a desigualdade racial: “Marchamos para mostrar que, mesmo diversas, seguimos tendo que transformar dor em luta. Isso precisa mudar”.

Também foi evidenciada a necessidade de maior representatividade política para mulheres negras. Richelle da Silva Costa, do movimento Mulheres Negras Decidem, reforçou que a ausência nos espaços de poder perpetua vulnerabilidades. “Somos o maior grupo demográfico do país e queremos construir políticas públicas a partir das nossas vivências.”

A marcha também serviu como preparação para a II Marcha Nacional das Mulheres Negras, agendada para 25 de novembro, em Brasília.

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Graduado em Jornalismo pelo Unasp (Centro Universitário Adventista de São Paulo): Base sólida em teoria e prática jornalística, com foco em ética, rigor e apuração aprofundada.