Avenida Paulista foi palco de uma manifestação neste domingo (3), organizada por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. O ato, que ocupou duas quadras entre a sede da Fiesp e o Parque Trianon, teve como principal bandeira a defesa da anistia para os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023, além de críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e apoio ao ex-presidente norte-americano Donald Trump.
O protesto foi convocado por lideranças religiosas e políticos de direita, como o pastor Silas Malafaia, e contou com a presença de diversas bandeiras do Brasil e dos Estados Unidos. Também ocorreram manifestações semelhantes em cidades como Brasília e Rio de Janeiro.
Durante o evento, os manifestantes pediram o impeachment e a prisão do ministro Alexandre de Moraes, responsável pelas medidas cautelares impostas a Bolsonaro, que atualmente está proibido de sair de casa nos fins de semana e após as 19h nos dias úteis. Bolsonaro não participou da manifestação, assim como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que alegou compromisso médico.
Os presentes reforçaram o pedido de anistia para os réus condenados por participação nos atos de depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília, que buscavam impedir a posse do presidente eleito. A Procuradoria-Geral da República aponta que tais ações foram parte de um plano golpista iniciado ainda em 2021. O STF deve julgar, em setembro, Bolsonaro e outros sete aliados por envolvimento na tentativa de golpe.
Cartazes e faixas também exaltavam Donald Trump, especialmente após suas recentes declarações em apoio a Bolsonaro e críticas ao sistema judiciário brasileiro. Trump chegou a anunciar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e defendeu sanções contra Moraes, medidas vistas por seus apoiadores como formas de pressionar o Brasil.
O deputado Eduardo Bolsonaro foi citado como articulador de reuniões nos Estados Unidos com membros do governo Trump e do Partido Republicano. Segundo investigações da Polícia Federal e da PGR, essas ações visam pressionar autoridades brasileiras a arquivar processos contra o ex-presidente.
Apesar da ausência de números oficiais por parte da prefeitura ou da Polícia Militar, o policiamento foi reforçado, como já é de praxe aos domingos na Avenida Paulista, que estava interditada para o tráfego de veículos devido à manifestação.