A Justiça italiana decidiu manter a prisão da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), detida em Roma desde o dia 29 de julho. A decisão foi tomada após uma audiência de custódia realizada nesta sexta-feira (1º), dois dias após sua prisão.
Zambelli foi capturada enquanto tentava escapar do mandado de prisão expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ela deixou o Brasil em maio, usando sua dupla cidadania para buscar asilo político na Itália, após ser condenada a 10 anos de prisão pelo envolvimento na invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrida em 2023. A sentença inclui ainda o pagamento de R$ 2 milhões por danos coletivos.
Segundo as investigações, a deputada teria articulado o ataque cibernético que resultou na emissão de um mandado de prisão falso contra o próprio ministro Moraes. A execução da ação foi atribuída ao hacker Walter Delgatti, que confirmou ter atuado sob orientação de Zambelli e também foi condenado.
Após sua fuga, o governo brasileiro formalizou, em 11 de junho, o pedido de extradição da parlamentar. O documento foi enviado ao governo italiano por meio do Itamaraty, atendendo à determinação do STF. A Advocacia-Geral da União (AGU) informou que tomará todas as providências necessárias para que o processo de extradição seja concluído.
A decisão final sobre a extradição cabe às autoridades judiciais e governamentais italianas. No entanto, como o trâmite envolve acordos internacionais e análise da legislação local, não há prazo definido para uma conclusão.