O Advogado-Geral da União, Jorge Messias, publicou um artigo no New York Times em que rejeita interferências externas no Poder Judiciário e rebate argumentos do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre suposta perseguição judicial no Brasil. Messias destacou que os processos contra suspeitos de tentar subverter a democracia em 8 de janeiro de 2023 são competência exclusiva da Justiça brasileira.
Em resposta direta à acusação de Trump de que o Supremo Tribunal Federal estaria promovendo uma “caça às bruxas” contra Jair Bolsonaro, Messias afirmou que nenhum governo estrangeiro tem o direito de questionar a administração da Justiça no Brasil. Segundo ele, a defesa da legalidade e da autonomia institucional são pilares inegociáveis da democracia nacional.
O advogado-geral também abordou o papel das big techs na disseminação de fake news e discursos de ódio, justificando a atuação do STF para remover conteúdos criminosos e responsabilizar plataformas. Ressaltou que, embora a liberdade de expressão seja protegida no Brasil, ela não inclui incitar violência ou fraudar processos democráticos.
Na parte comercial do artigo, Messias criticou as tarifas de 50% impostas por Trump a produtos brasileiros, afirmando que tais medidas carecem de base sólida e vão contra o comércio justo. Ele observou que os EUA mantêm superávit na balança com o Brasil há 15 anos e que tarifas unilaterais prejudicam segurança jurídica, cadeias de suprimentos e a cooperação bilateral. Destacou ainda que o Brasil pode adotar medidas recíprocas para defender seus interesses.