Indiciamento de ex-ministro por importunação sexual mobiliza PGR

A PF concluiu o inquérito que envolve o ex-ministro Silvio Almeida e enviou o caso à Procuradoria-Geral da República para avaliação dos próximos passos.

Fonte: CenárioMT

Indiciamento de ex-ministro por importunação sexual mobiliza PGR
Indiciamento de ex-ministro por importunação sexual mobiliza PGR - Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

A Polícia Federal indiciou o ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida pelo crime de importunação sexual, encerrando a fase de investigação aberta após denúncias de assédio divulgadas em 2024. O caso, que tramita sob sigilo no Supremo Tribunal Federal, foi remetido à Procuradoria-Geral da República, responsável por decidir se apresentará denúncia, solicitará novas diligências ou optará pelo arquivamento.

O inquérito está sob relatoria do ministro André Mendonça, enquanto o procurador-geral Paulo Gonet avaliará o material reunido pelos investigadores. A legislação prevê pena de um a cinco anos para atos libidinosos praticados sem consentimento.

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Acusações e início das investigações

As denúncias tornaram-se públicas em setembro de 2024, após relatos encaminhados ao movimento Me Too, que acolhe vítimas de violência sexual. O grupo informou ter recebido mensagens de mulheres que afirmavam ter sido alvo de condutas atribuídas ao então ministro. A repercussão levou à exoneração de Almeida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no início daquele mês, dando início à apuração formal pela PF.

Anielle Franco

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, está entre as mulheres que prestaram depoimento. Em entrevista, ela confirmou ser uma das vítimas e relatou episódios que, segundo afirmou à PF, teriam ocorrido ainda durante a transição de governo, em 2022. Um desses episódios, descrito por reportagem da revista Piauí, envolveria contato físico e comentários de cunho sexual. Outras depoentes também foram ouvidas, mas suas identidades permanecem sob sigilo.

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Defesa de Silvio Almeida

Até a manhã de sábado (15), o ex-ministro não havia se pronunciado sobre o indiciamento. Em declarações anteriores, ele negou todas as acusações, classificou-as como perseguição política e afirmou que ataques seriam motivados por racismo. Em entrevistas, rejeitou qualquer conduta inadequada e declarou ter convivido pouco com Anielle Franco.

Ao retomar suas atividades profissionais, Almeida afirmou estar sendo alvo de tentativa de apagamento e criticou o movimento Me Too, qualificando os relatos como “mentiras e falsidades”. Em março, a ministra do STF Cármen Lúcia solicitou esclarecimentos sobre suas declarações públicas.

Próximos passos

Com o indiciamento concluído, o caso depende agora da manifestação da PGR, que poderá apresentar denúncia ao STF, requisitar novas verificações ou arquivar o procedimento. Paralelamente, o ex-ministro respondeu a processos na Comissão de Ética da Presidência da República, incluindo duas denúncias registradas em 2024, das quais uma já foi arquivada.

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Gustavo Praiado é jornalista com foco em notícias de agricultura. Com uma sólida formação acadêmica e vasta experiência no setor, Gustavo se destaca na cobertura de temas relacionados ao agronegócio, desde insumos até tendências e desafios do setor. Atualmente, ele contribui com análises e reportagens detalhadas sobre o mercado agrícola, oferecendo informações relevantes para produtores, investidores e demais profissionais da área.