O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, defendeu nesta terça-feira (4) que o Estado deve atuar com rigor contra o crime, mas sem se tornar um agente de violência. A declaração foi feita durante o anúncio de novos investimentos na segurança pública estadual.
“O Estado não pode ser um Estado matador. Não pode. O Estado tem que mediar”, afirmou Rodrigues, em referência à Operação Contenção, deflagrada recentemente no Rio de Janeiro, que resultou em 121 mortes, incluindo quatro policiais, tornando-se a mais letal da história do país.
Na Bahia, a Operação Freedom, também realizada nesta terça-feira, prendeu ao menos 35 suspeitos de integrarem o Comando Vermelho. A ação, conduzida pela Polícia Civil com apoio das polícias Militar, Federal e do Ceará, resultou na morte de um homem que, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), reagiu à prisão e tinha antecedentes criminais.
A morte do suspeito gerou protestos no bairro Uruguai, em Salvador, onde moradores ergueram barricadas e bloquearam vias. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros foram acionados para conter as manifestações e liberar o tráfego, reforçando o patrulhamento na região.
“A mão forte do Estado precisa acontecer. Não vamos dar trégua ao crime organizado na Bahia. Mas minha ordem é que possamos cercar, prender e entregar os investigados à Justiça”, declarou o governador.
Casal suspeito de liderar facção é preso
Entre os detidos está um casal suspeito de comandar as ações do Comando Vermelho na Bahia. O homem seria o responsável por coordenar o tráfico de drogas e ataques a grupos rivais, enquanto a companheira cuidava das finanças da organização. Ambos foram capturados em Eusébio, na região metropolitana de Fortaleza (CE).
Segundo a SSP-BA, as investigações da Operação Freedom começaram em 2022 e identificaram que os principais alvos estariam ligados a pelo menos 30 homicídios em Salvador e na expansão da facção para outras cidades do estado.
O delegado-geral André Viana destacou que a ação conseguiu desarticular o núcleo armado e financeiro do grupo sem ferir inocentes ou agentes. Ele informou que a Justiça determinou o bloqueio de até R$ 1 milhão em 51 contas vinculadas aos investigados, com o objetivo de asfixiar financeiramente a organização.
Para o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Felipe Freitas, o resultado comprova a eficácia da inteligência policial. “Este é um exemplo concreto da nova doutrina de segurança pública que prioriza a preservação da vida, mostrando que é possível combater o crime com responsabilidade e dentro da lei”, afirmou.















