O procurador-geral da República, Paulo Gonet, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um parecer contrário ao pedido de soltura apresentado pela defesa do general da reserva Braga Netto.
Ex-vice na chapa de Jair Bolsonaro em 2022, o militar está detido desde dezembro do ano passado, acusado de tentar obstruir as investigações sobre a tentativa de golpe de Estado que buscava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele figura entre os réus do núcleo central da trama golpista, cujo julgamento terá início nesta terça-feira (2).
No mês anterior, o ministro Alexandre de Moraes havia mantido a prisão do general, alegando indícios de sua participação no plano golpista. Após recurso da defesa, Moraes solicitou a manifestação da PGR antes de reavaliar o caso.
Em sua análise, Gonet defendeu que não há fatos novos que justifiquem a revisão da medida. Segundo ele, permanecem válidos os fundamentos que embasaram a custódia provisória.
As investigações conduzidas pela Polícia Federal indicam que Braga Netto, apontado como um dos principais articuladores do plano, tentou acessar informações sigilosas da delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid. A defesa do general nega qualquer tentativa de obstrução.