General afirma ao STF que foi a acampamento golpista como cidadão

Mário Fernandes, preso desde 2023, declarou ao Supremo que visitou o QG do Exército em caráter pessoal, apesar de ser apontado como elo entre manifestantes e o Planalto.

Fonte: CenárioMT

O secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República, Mario Fernandes, durante o lançamento do Programa de Sustentabilidade da Presidência da República.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O general do Exército Mário Fernandes declarou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que visitou como cidadão o acampamento montado em frente ao quartel do Exército em Brasília, após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. A declaração foi dada nesta quinta-feira (24), durante interrogatório por videoconferência.

Fernandes é réu no processo que apura uma trama golpista para manter Bolsonaro no poder de forma ilegítima, segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). O militar, que está preso desde novembro do ano passado, responde como integrante do núcleo 2 da ação penal.

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Segundo a PGR, o general atuava como ligação entre os acampados e o governo Bolsonaro. No depoimento, ele confirmou que esteve no QG algumas vezes, mas alegou que suas visitas tinham caráter pessoal: “As vezes que eu fui no QG, fui como cidadão, vendo que era importante para o brasileiro apresentar suas demandas sociais e políticas”.

Ele também defendeu os manifestantes presentes nos acampamentos, afirmando que nem todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro podem ser considerados golpistas: “Os que estavam na frente dos quartéis entraram por vários motivos, inclusive pelo festejo de reunir patriotas para conversar sobre o país”.

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Durante o governo Bolsonaro, Fernandes foi secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência e, segundo as investigações, elaborou um documento chamado Punhal Verde e Amarelo, que planejava ações contra o ministro Alexandre de Moraes, o presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin.

O general confirmou que mandou imprimir o material no Palácio do Planalto, mas alegou que o conteúdo era pessoal e se destinava ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), então chefiado pelo general Augusto Heleno, também réu no processo. “O objetivo era apresentar ao GSI, responsável pela montagem do gabinete de crise. Não tinha relação com Bolsonaro”, afirmou.

O interrogatório de Fernandes é uma das últimas etapas da ação penal. O julgamento dos réus do núcleo 2 está previsto para o segundo semestre. Já o núcleo 1, que inclui Bolsonaro e outros sete acusados, foi interrogado no mês passado e está na fase final, com julgamento esperado para setembro.

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Gustavo Praiado é jornalista com foco em notícias de agricultura. Com uma sólida formação acadêmica e vasta experiência no setor, Gustavo se destaca na cobertura de temas relacionados ao agronegócio, desde insumos até tendências e desafios do setor. Atualmente, ele contribui com análises e reportagens detalhadas sobre o mercado agrícola, oferecendo informações relevantes para produtores, investidores e demais profissionais da área.