Lula pede ao Congresso aprovação da MP que compensa perdas com IOF

O presidente Lula reforçou a importância da Medida Provisória 1303/25, que estabelece novas regras de tributação para substituir aumento do IOF, destacando a urgência da votação.

Fonte: CenárioMT

Lula pede ao Congresso aprovação da MP que compensa perdas com IOF
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou nesta quarta-feira (8) preocupação com a resistência de parlamentares à aprovação da Medida Provisória 1303/25, que altera a tributação de investimentos para compensar a revogação do aumento do IOF.

A proposta avançou na comissão mista por apenas um voto e aguarda votação no plenário da Câmara dos Deputados, precisando também da aprovação do Senado ainda hoje para não perder validade.

[Continua depois da Publicidade]

“Essa medida é muito importante, porque ela garante que os mais ricos paguem impostos adequados. Espero que o Congresso demonstre maturidade”, afirmou Lula, criticando a discrepância entre a tributação de trabalhadores e banqueiros.

Acordo em xeque

Essencial para o equilíbrio fiscal de 2026, a MP prevê tributação de fundos de investimento, ativos virtuais, operações em bolsa, empréstimos de ativos e investidores estrangeiros. Inicialmente, estimava-se aumento da arrecadação em R$ 20,8 bilhões e redução de despesas em mais de R$ 10 bilhões.

O relator, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), negociou alterações para excluir a tributação de bets e de aplicações em LCI, LCA e LCD. Também ajustou regras de fundos imobiliários e Fiagro, mantendo isenções sobre ganhos de capital e rendimentos de imóveis.

[Continua depois da Publicidade]

A elevação da CSLL para fintechs foi mantida, equiparando startups financeiras a bancos, com aumento da alíquota de 9% para 15%.

Durante a votação, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) sugeriu fixar em 18% a alíquota de IR sobre aplicações financeiras e JCP, ajustando a proposta inicial do governo.

‘Pobreza de espírito’

Lula criticou a interpretação de que a demora na votação estaria ligada à disputa eleitoral de 2026.

“Quem define o prazo de votação é o Congresso. Misturar isso com eleição é uma pobreza de espírito extraordinária”, afirmou o presidente.

A ministra Gleisi Hoffmann destacou a responsabilidade da Câmara e afirmou que a perda da MP geraria ônus para parlamentares que impedirem a aprovação. Segundo ela, a tributação do setor financeiro ainda é baixa em comparação ao restante da população.

“A média das alíquotas propostas é de 18%, enquanto trabalhadores pagam 27,5% de imposto de renda”, reforçou Gleisi.

Impacto em emendas

O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues, alertou que até R$ 10 bilhões em emendas parlamentares podem ser contingenciados se a MP não for aprovada. Ele afirmou que a mobilização contra a medida visa prejudicar as contas públicas devido ao receio da reeleição de Lula em 2026.

Para receber nossas notícias em primeira mão, adicione CenárioMT às suas fontes preferenciais no Google Notícias .
Graduado em Jornalismo pelo Unasp (Centro Universitário Adventista de São Paulo): Base sólida em teoria e prática jornalística, com foco em ética, rigor e apuração aprofundada.