Congresso promulga PEC que altera pagamento de precatorios e beneficia estados e municípios

O Congresso Nacional aprovou mudanças nas regras de precatórios, permitindo parcelamentos e aliviando a pressão sobre os cofres públicos.

Fonte: CenárioMT

Congresso promulga PEC que altera pagamento de precatorios e beneficia estados e municípios
Foto: Lula Marques/Agência Brasil

O Congresso Nacional promulgou nesta terça-feira (9) a PEC 66/2023, que modifica o regime de pagamento de precatórios federais, retirando-os do limite de despesas primárias do Executivo a partir de 2026. A medida também estabelece limites para estados e municípios e possibilita o refinanciamento de dívidas previdenciárias com a União.

A medida representa um alívio financeiro para entes federativos, permitindo pagamentos em parcelas menores e prazos mais longos, além de ajudar o governo federal a cumprir a meta fiscal.

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Precatórios são ordens judiciais que determinam o pagamento de dívidas pelos entes públicos quando não há mais possibilidade de recursos. Segundo o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), a PEC oferece uma solução para este problema antigo e complexo da República, especialmente pela falta de reservas orçamentárias que atrasam pagamentos e aumentam os juros das dívidas.

A partir de 2027, 10% do estoque de precatórios será incluído nas metas fiscais previstas pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) a cada ano, garantindo maior controle sobre os pagamentos.

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Limitação

Estados, Distrito Federal e municípios terão pagamentos limitados de acordo com o estoque de precatórios. Valores totais até 15% da receita corrente líquida (RCL) do ano anterior poderão ser quitados na proporção de 1% da RCL, com percentuais crescentes até atingir 5% para estoques superiores a 85%. O cálculo será atualizado com juros e correção monetária, utilizando a taxa Selic ou IPCA + 2%.

Alcolumbre destacou que a promulgação é uma conquista para o municipalismo, permitindo que gestores reorganizem suas finanças e aproveitem a oportunidade para equilibrar as contas.

Refinanciamento

Estados, Distrito Federal e municípios poderão regularizar dívidas previdenciárias de seus RPPS e do RGPS, além de dívidas de Consórcios Públicos Intermunicipais. O parcelamento poderá ocorrer em até 300 meses, prorrogáveis por mais 60, limitado a 1% da RCL, com correção pelo IPCA e juros de 0% a 4%.

Para o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a emenda garante maior previsibilidade fiscal aos entes federativos, permitindo reorganização financeira e equilíbrio atuarial.

Créditos suplementares

A PEC autoriza que créditos suplementares e especiais de 2025 integrem o limite de despesas a partir de 2026, oferecendo espaço fiscal para acomodar precatórios e pagar R$ 12 bilhões de licença-maternidade, conforme decisão do STF, que reduziu o requisito de contribuições ao INSS para o benefício.

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Gabriela Cordeiro Revirth, independente jornalista e escritora, é uma pesquisadora apaixonada de astrologia, filmes, curiosidades. Ela escreve diariamente para o Portal de Notícias CenárioMT para partilhar as suas descobertas e orientar outras pessoas sobre esses assuntos. A autora está sempre à procura de novas descobertas para se manter atualizada.