Ativistas denunciam massacre em operação policial no Rio

Mais de 60 corpos foram encontrados após uma das maiores operações policiais da história do Rio de Janeiro, provocando forte reação de ativistas e organizações sociais.

Fonte: CenárioMT

Ativistas denunciam massacre em operação policial no Rio
Ativistas denunciam massacre em operação policial no Rio - Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Ativistas denunciaram o que chamam de “massacre” após a retirada de mais de 60 corpos em uma área de mata no Complexo da Penha, no Rio de Janeiro, um dia depois da maior operação policial já registrada no estado. A ação, que envolveu forças de segurança, provocou choque entre moradores e reacendeu críticas à política de segurança pública.

O empreendedor e ativista Raull Santiago, do Morro do Alemão, foi um dos primeiros a divulgar o ocorrido em transmissões ao vivo. Ele lamentou o cenário e afirmou que a violência nas comunidades reflete a desigualdade social e o direcionamento do poder contra populações periféricas.

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“Essa é a face da cidade maravilhosa, onde a desigualdade grita e o poder traz seu ódio de forma brutal”, declarou Santiago.

Durante a operação, realizada na terça-feira (28), 64 mortes foram oficialmente confirmadas, entre elas quatro policiais. Segundo relatos, moradores retiraram ao menos outros 70 corpos de áreas de mata. Se os números forem confirmados, o total pode ultrapassar 130 vítimas.

“Tanto as execuções quanto as mortes dos policiais mostram a ineficiência — ou a eficiência cruel — da política de segurança do Rio”, acrescentou Santiago.

O presidente da ONG Rio de Paz, Antônio Carlos Costa, também acompanhou a retirada dos corpos e cobrou responsabilização do governador Cláudio Castro. Ele comparou a tragédia a outras já registradas e criticou a falta de mudanças efetivas nas ações do estado.

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“O que há de novo é apenas a escala. A destruição da vida nas comunidades é uma prática antiga, e o discurso de que ‘bandido bom é bandido morto’ continua sendo a base dessas operações”, afirmou Costa.

O governador Cláudio Castro, por sua vez, defendeu a operação. Ele afirmou que a ação foi planejada por seis meses, resultado de mais de um ano de investigações, com autorização judicial e acompanhamento do Ministério Público.

Dezenas de corpos foram levados por moradores à Praça São Lucas, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro, em uma cena que comoveu o país e reacendeu o debate sobre o uso da força nas comunidades cariocas.

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Gabriela Cordeiro Revirth, independente jornalista e escritora, é uma pesquisadora apaixonada de astrologia, filmes, curiosidades. Ela escreve diariamente para o Portal de Notícias CenárioMT para partilhar as suas descobertas e orientar outras pessoas sobre esses assuntos. A autora está sempre à procura de novas descobertas para se manter atualizada.