A violência contra a mulher foi o tema central da segunda reunião da Comissão Especial de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), realizada nesta quinta-feira (13). O encontro buscou propor políticas públicas voltadas à prevenção e ao enfrentamento do feminicídio no estado.
O coordenador da comissão, deputado Gilberto Cattani (PL), ressaltou a urgência de fortalecer os mecanismos legislativos e promover ações concretas de enfrentamento à violência. Segundo ele, a nova estrutura da ALMT tem o objetivo de garantir mais segurança e dignidade às mulheres mato-grossenses por meio de políticas públicas efetivas.
Relato emocionante e alerta sobre os primeiros sinais
Durante a reunião, a convidada Ednéia Rodrigues fez um relato emocionado sobre sua trajetória e destacou a importância de reconhecer os primeiros sinais de um relacionamento abusivo. Ela lembrou que a violência raramente começa com agressões físicas, mas com atitudes sutis de controle e manipulação.
- Ciúmes excessivo;
- Controle sobre amizades;
- Críticas às roupas e comportamento.
Segundo Ednéia, identificar esses comportamentos é essencial para romper o ciclo do abuso antes que ele se intensifique. Ela enfatizou ainda que as vítimas não devem carregar culpa, mas sim buscar apoio e reconstruir suas histórias com coragem.
Casos recentes reforçam urgência de medidas
A deputada Janaína Riva (MDB) relatou um caso recente de tentativa de feminicídio em Nova Mutum, na comunidade de Pontal do Marape. A vítima, atacada de forma brutal, chegou a ficar sem atendimento imediato e vive hoje escondida por medo do agressor, que foi solto por falta de flagrante.
Indignada, Janaína criticou a inércia das autoridades e defendeu um acolhimento humano e imediato às vítimas de violência. Ela informou que irá acionar a Procuradoria-Geral de Justiça junto aos deputados Gilberto Cattani e Carlos Avallone (PSDB) para exigir providências.
Educação como ferramenta de prevenção
A representante da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Márcia Cristina Verdego Gonçalves, apresentou dados sobre o avanço de programas de cultura de paz nas escolas. Segundo ela, 80% das unidades escolares de Mato Grosso já aderiram às ações, com mais de 3 mil iniciativas implementadas em 2024.
Essas ações incluem mediações de conflitos, campanhas contra o bullying e o cyberbullying, e formações para professores mediadores. Verdego reforçou que as escolas devem estar atentas a qualquer sinal de violência e acionar a rede de proteção sempre que necessário, especialmente em casos de violência sexual.
“A escola precisa ser sensível, acolher e agir rapidamente para garantir a segurança das vítimas”, destacou.
O encontro reafirmou o compromisso da Assembleia Legislativa e das instituições parceiras em fortalecer a rede de apoio e promover um futuro com mais respeito e igualdade. Você já reconheceu sinais de controle em um relacionamento? Comente sua opinião!














