Preço da soja recua no Brasil e em Chicago; Mato Grosso espera quebra de 20% na produção

Fonte: com inf. Agência Safras

soja

Os preços da soja recuaram nas principais praças de comercialização do país nesta semana, acompanhando a combinação de queda nos contratos futuros da soja em Chicago e a desvalorização do dólar frente ao real. Em ritmo de festas de final de ano, a comercialização travou.

Durante a semana, os preços da saca de 60kg ficaram assim:

  • Passo Fundo (RS): baixou de R$ 145 para R$ 143
  • Cascavel (PR): recuou de R$ 137 para R$ 135
  • Rondonópolis (MT): permaneceu em R$ 130
  • Porto de Paranaguá: caiu de R$ 147 para R$ 145

Com a falta de negócios e a consequente queda na oferta, os prêmios se recuperaram nos portos brasileiros, mas também com pouca atividade.

Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos com vencimento em novembro recuaram 2,04%, cotados a US$ 13,04 1/4 por bushel na manhã desta sexta-feira (22). A melhora no clima no Brasil e a previsão de chuvas para os próximos dias pesou sobre as cotações.

Completando o quadro negativo para os preços internos, o dólar recuou frente ao real. A moeda norte-americana perdeu 1,4% na semana, atingindo a marca de R$ 4,8701.

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Situação de Mato Grosso

Mesmo com a melhora no clima, entidades do Mato Grosso, principal estado produtor, estão refazendo as contas e cortando a estimativa para a safra do estado, devido à falta de chuvas.

Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), na safra 2023/24, a expectativa é de menor oferta da soja em Mato Grosso devido ao clima. A preocupação com o desenvolvimento da safra tem aumentado nos últimos meses devido à falta de chuvas e as altas temperaturas, causadas pelo fenômeno El Niño.

Com isso, há um grande percentual que precisaria ressemear, sendo de 5,81% da área prevista, além do atraso na semeadura da soja, que somados têm aumentado a incerteza quanto à produção projetada.

Diante desse cenário, o Imea projeta que a área fique em 12,13 milhões de hectares, já em relação a produtividade a perspectiva é de que o rendimento médio fique em 57,87 sc/ha, sendo assim, é estimado queda de 7,04% na produção, estimado em 42,13 milhões de toneladas.

Aprosoja-MT espera quebra maior

As ondas de calor e a redução das chuvas em Mato Grosso devem quebrar a produção da safra 2023/24 de soja em cerca de 20%, aponta pesquisa feita pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT).

O levantamento foi realizado com mais de 600 associados, abrangendo uma área de 862 mil hectares, ou 7,10% de toda área de soja em MT.

A pesquisa também aponta que os sojicultores do estado devem colher 36,15 milhões de toneladas nesta temporada, 9,16 milhões a menos que na safra anterior, quando a produção foi de 45,31 milhões de toneladas.

Implicações

A queda nos preços da soja no Brasil e em Chicago é uma notícia negativa para os produtores do país. A redução na oferta da safra 2023/24 de Mato Grosso, principal estado produtor, também deve pressionar os preços no mercado interno.

A queda nos preços da soja pode impactar negativamente a economia brasileira, pois a oleaginosa é um dos principais produtos de exportação do país. A redução na receita com as exportações de soja pode levar a uma menor entrada de divisas no país e, consequentemente, a uma desvalorização do real.

A quebra na produção de soja em Mato Grosso também pode afetar a cadeia produtiva do estado, pois a oleaginosa é a principal fonte de renda para muitos agricultores. A redução na produção de soja pode levar a uma queda na arrecadação de impostos e a um aumento no desemprego no estado.

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