Novas tecnologias para melhorar o desempenho no campo com redução do impacto ambiental

Entre as contribuições tecnológicas sustentáveis da Embrapa em 2020 estão a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, por intermédio do Plano ABC

Fonte: CenarioMT

Embrapa

O uso em culturas produtivas de bactérias encontradas no cacto Mandacaru, que ajuda a planta a conviver com a seca, é uma das tecnologias lançadas nesta terça-feira (27) pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em comemoração aos 48 anos. Também foram anunciadas outras soluções para ampliar a produtividade do agronegócio brasileiro e reduzir o impacto ambiental, além do lucro social da Embrapa de R$ 61,85 bilhões, em 2020.

O presidente da Embrapa, Celso Moretti, detalhou que o estudo para o uso das bactérias presentes no Mandacaru durou mais de uma década e agora permitirá que outras plantas consigam resistir e conviver melhor com a seca. “É o primeiro produto registrado no Brasil para esse fim, é um bioproduto, resultado de mais de uma década de pesquisa”, ressaltou. Moretti explicou que a aplicação será iniciada na cadeia produtiva do milho.

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“Não tenho dúvida que essa será uma tecnologia que vai ter grande sucesso nas regiões com baixa disponibilidade de água no Brasil. Lembrando que somente o semiárido brasileiro tem 100 milhões de hectares ali localizado no bioma Caatinga. As plantas ali poderão ser muito beneficiadas por essa tecnologia”, avaliou Moretti.

Ferramentas para ampliar a produção

Foi lançada também a primeira cultivar brasileira de soja convencional com resistência à ferrugem asiática e tolerância a percevejos. Trata-se de uma soja convencional com duas tecnologias embarcadas que permitem a semeadura do grão de forma antecipada, o que viabiliza a inserção em sistemas de sucessão e de rotação com outras culturas.

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“Acreditamos que essa soja vai atrair o interesse de produtores, principalmente daqueles que trabalham com soja orgânica, porque, além de não ser transgênica, esse material, por aliar tolerância à ferrugem e resistência a percevejos, vai facilitar muito o manejo fitossanitário e a redução do impacto ambiental”, explicou Moretti.

Outra novidade apresentada é a disponibilização de uma nova cultivar transgênica de algodão da Embrapa para o setor produtivo que alia alta produtividade à resistência a doenças. De acordo com a Embrapa, a variedade é indicada para o cultivo em áreas comerciais de elevada produtividade no Cerrado e estará disponível a partir da próxima safra de algodão.

O presidente da Embrapa também apresentou mais produtos da Plataforma AquaPlus, um conjunto de soluções práticas e inovadoras para a qualificação, o manejo e o melhoramento genético de espécies aquícolas. A plataforma conta com quatro ferramentas disponíveis, duas para a cadeia do tambaqui, uma para a cadeia do camarão e outra para a da truta. “Três outras tecnologias estão em fase final de testes para serem disponibilizadas para a cadeia da tilápia, do pirarucu e da pirapitinga”, detalhou Celso Moretti.

Lucro Social

Em 2020, a Embrapa gerou um lucro social de R$ 61,85 bilhões, valor que foi obtido a partir da avaliação do conjunto de tecnologias da Embrapa e dos impactos econômicos, sociais e ambientais produzidos por elas. A amostra foi de 152 tecnologias e 220 cultivares desenvolvidas, além dos indicadores laborais e sociais. A Embrapa está presente em todo o território brasileiro, com 43 centros de pesquisa.

“É um aumento no benefício econômico de 4% proporcionado pelas tecnologias da Embrapa e de seus parceiros ao setor agropecuário em relação ao ano de 2019. Em 2020, a cada R$ 1 investido pela sociedade brasileira na Embrapa, a empresa devolveu para a sociedade R$ 17”, disse Celso Moretti.

Entre as contribuições tecnológicas sustentáveis da Embrapa em 2020 estão a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, por intermédio do Plano ABC, iniciativa que soma dez anos de existência.

Também a criação de um equipamento de ressonância magnética nuclear para análise de matérias-primas e produtos alimentícios e a contribuição para a formulação de uma nova norma sobre rotulagem nutricional de alimentos que tem o objetivo de tornar mais transparentes as informações prestadas ao consumidor.

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Gustavo Praiado é jornalista com foco em notícias de agricultura. Com uma sólida formação acadêmica e vasta experiência no setor, Gustavo se destaca na cobertura de temas relacionados ao agronegócio, desde insumos até tendências e desafios do setor. Atualmente, ele contribui com análises e reportagens detalhadas sobre o mercado agrícola, oferecendo informações relevantes para produtores, investidores e demais profissionais da área.