As condições climáticas registradas na última semana em diferentes regiões do Brasil têm deixado os produtores de trigo em alerta. De acordo com levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), enquanto o clima mais frio favorece o desenvolvimento vegetativo das lavouras, os excessos de chuva no Sul, especialmente no Rio Grande do Sul, já causam transtornos e perdas localizadas.
No estado gaúcho, as fortes chuvas atrapalharam os trabalhos de campo e danificaram áreas recém-semeadas, obrigando parte dos agricultores a se prepararem para o replantio. O impacto negativo, embora ainda pontual, acendeu o sinal de alerta entre os produtores, que acompanham com preocupação a evolução climática nas próximas semanas.
Nas regiões do Centro-Sul, geadas também foram registradas, elevando o risco para as lavouras mais sensíveis ao frio intenso, embora, por outro lado, o clima mais seco e as temperaturas baixas possam beneficiar o desenvolvimento do trigo já estabelecido em campo.
Segundo dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), até o dia 21 de junho, o Brasil havia semeado 56,6% da área estimada para a safra de trigo de 2025. A semeadura foi iniciada também em Santa Catarina, enquanto em Goiás os trabalhos de colheita da nova safra já começaram.
O cenário climático atual é mais um componente de incerteza para a cadeia do trigo no país, que já enfrenta desafios como oscilações nos custos de produção, variações cambiais e a concorrência com o produto importado. O desempenho da safra dependerá, em grande parte, da regularização do clima nas próximas semanas, especialmente no Rio Grande do Sul, principal estado produtor de trigo no Brasil.