O governo federal anunciou que, no Concurso Público Nacional Unificado (CNU) de 2025, mulheres terão número igual de convocações em relação aos homens para a segunda fase, tanto em vagas de livre concorrência quanto em cotas. A medida visa corrigir distorções observadas no concurso de 2024.
Segundo a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, apesar de as mulheres terem representado 56,2% das inscrições no último certame, foram minoria na segunda etapa em sete dos oito blocos. A segunda fase convoca candidatos em quantidade nove vezes superior ao número de vagas disponíveis.
Em 2024, já na primeira etapa, houve queda na participação feminina: mulheres eram 54,6% no dia da prova, mas apenas 39,3% avançaram. A maior disparidade foi no bloco de tecnologia, dados e informação, com apenas 8,4% de mulheres entre os aprovados. No setor econômico e regulatório, elas foram 25,7%, e nos cargos de nível médio, 26,2%. Apenas no bloco de educação, saúde, desenvolvimento social e direitos humanos elas foram maioria, com 60,3% das aprovações.
A ministra destacou que a nova regra não configura reserva de vagas, mas é uma política afirmativa para ampliar o acesso feminino à segunda etapa. A decisão também levou em conta fatores sociais, como o cuidado doméstico que recai sobre as mulheres, e o perfil etário das candidatas aprovadas, mais concentrado entre 35 e 45 anos.
Além disso, o governo planeja oferecer suporte específico nos cursos de formação, prevendo espaços como salas de amamentação e áreas destinadas a crianças com responsáveis durante o treinamento.