Cerca de 30% da safra de soja na região de Lucas ainda não foi colhida, estima Pasqualli

Diretor da Fundação Rio Verde aponta o excesso de chuvas como motivo para colheita não avançar como o esperado

Fonte: CenárioMT

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Um levantamento feito pela Fundação Rio Verde, a pedido de CenárioMT, mostra que pelo menos 30% do plantio de soja na região de Lucas do Rio Verde não havia sido colhido até esta quarta-feira (09). Diretor executivo da FRV, Rodrigo Pasqualli aponta que o excesso de chuvas na reta final da colheita tem sido o motivo deste atraso.

Pasqualli lembra que fevereiro é um mês que historicamente apresenta um período de chuvas acentuado. Pensando nisso, a maioria dos produtores adiantou o plantio. “Foi um pouco mais acelerado do que os outros anos, porque o agricultor hoje tem um parque de máquinas mais estruturado e isso consegue dar mais agilidade no plantio. Então isso concentrou muito o plantio, o a o plantio num período específico e a colheita, como consequência, num período específico”, explicou.

Com o plantio antecipado, havia a expectativa de iniciar a colheita no final de janeiro. Contudo, na ultima semana do mês, houve chuvas intensas na região. “Isso impacta na qualidade do grão, na condição de colheita. Então, às vezes o produtor consegue colher, mas em função dessas grandes chuvas, de grande umidade intermitente, acaba que interfere diretamente na qualidade do grão”, detalha.

Em razão das chuvas registradas nos primeiros dias de fevereiro, o avanço da colheita não está de acordo com o esperado. Os produtores têm aproveitado os períodos de estiagem para colocar as máquinas em campo. “Já está se encaminhando pra reta final. Se nós tivermos uma semana de sol, uma semana com condição de colheita a gente consegue concluir, mas as tendências climáticas não tendem a ser tão positivas. Devemos ter um fevereiro de bastante chuva. Com isso vai ficar um pouco limitado o avanço da colheita. Ela vai avançando, mas o processo é lento”, explicou.

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Queda na produtividade

Também em razão das chuvas, Pasqualli acredita que a safra terá queda na produtividade. Há relatos de produtores que identificaram grãos de soja fora do padrão. E isso é um reflexo do período de plantio.

“Temos um reflexo de um dezembro e novembro muito chuvoso. Foi um período extremamente com muita chuva e isso interferiu  na formação da planta. Ela limitou o número de vagens, ela teve vários características fisiológicas da planta que interferiu em sua formação e diretamente interferir na produtividade”, pontua Rodrigo.

Segundo o diretor da FRV, algumas lavouras apresentam plantas com essas características por conta das condições climáticas. E, segundo ele, essa condição é mais presente em razão do período de chuva com grande intensidade no início de fevereiro. “Debilita mais a planta. Então a consequência disso tudo é a queda da produtividade e perda de qualidade de grãos. Nós podemos já identificar e alertar o público que nós temos uma um possível quebra de safra. Ainda não conseguimos quantificar os números disso, mas isso é uma quebra de safra talvez mais intensa que as que ocorreram na safra passada por excesso de sol ou falta de chuva”, lamenta.

Cidades vizinhas

Produtores de Nova Mutum e Sorriso, cidades que fazem divisa com Lucas do Rio Verde, também enfrentam esse problema. Alguns relatos mostram preocupação com a queda de produtividade também, mas em menor intensidade que os registrados no município.

“Nós temos relatos de Sorriso, com pouca menos intensidade, e Nova Mutum, com menos intensidades. Mas também com problemas. Então não é uma coisa que o problema só tá em Lucas, ele tá concentrado em Lucas, mas a região como um todo está sofrendo isso consideravelmente”, finaliza.

É formado em Jornalismo. Possui experiência em produção textual e, atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT produzindo conteúdo sobre política, economia e esporte regional.