Os preços da soja continuam em queda no mercado spot brasileiro, conforme indicam os levantamentos mais recentes do Cepea. O principal fator para esse enfraquecimento é a elevada oferta interna, sustentada por uma produtividade considerada satisfatória na safra atual. Além disso, há expectativa de aumento na área plantada para a próxima temporada, o que pode intensificar ainda mais a pressão sobre os valores da oleaginosa.
Do lado externo, o cenário internacional também contribui para o desaquecimento dos preços no Brasil. A recente trégua comercial entre Estados Unidos e China resultou na redução mútua de tarifas de importação, o que tende a beneficiar as exportações norte-americanas. O governo dos EUA cortou as taxas aplicadas sobre produtos chineses de 145% para 30%, enquanto a China reduziu suas tarifas sobre produtos norte-americanos de 125% para 10%. Essa reaproximação entre os dois países pode limitar o avanço dos embarques brasileiros, que nos últimos anos vinham sendo favorecidos pela disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo.
Adicionalmente, o relatório divulgado em 12 de maio pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projeta um novo recorde de produção global de soja para a safra 2025/26, com 426,82 milhões de toneladas. No Brasil, principal produtor mundial, a estimativa é de 175 milhões de toneladas, também uma marca histórica.
Com esse cenário de superoferta e redução no ritmo das exportações, o mercado brasileiro de soja enfrenta um momento de baixa, com compradores mais cautelosos e vendedores buscando estratégias para manter a rentabilidade.