Representantes palestinos ampliaram sua presença nos debates paralelos à COP30 em Belém, destacando denúncias de ocupação e violações de direitos. Entre eles, Salma Barakat, coordenadora do movimento Stop the Wall, reforçou críticas ao governo israelense e conectou conflitos territoriais à pauta ambiental.
Vivendo em Jerusalém, cuja parte oriental permanece sob anexação não reconhecida internacionalmente, Barakat relatou processos de violência, deslocamento e restrição de recursos naturais enfrentados pelo povo palestino. Segundo ela, o movimento busca mobilizar populações afetadas por políticas de colonização e barrar avanços que considera ilegítimos.
Em entrevista durante a Cúpula dos Povos, a ativista afirmou que a construção de muros e o controle sobre terras e comunidades palestinas são tratados por Israel como medidas de segurança, enquanto grupos locais entendem como ações que aprofundam desigualdades. Barakat comparou a situação a outros casos históricos de colonização, ressaltando que palestinos seguem vistos como não pertencentes ao próprio território.
Ela também relacionou o conflito à discussão climática, afirmando que práticas de destruição ambiental, como derrubada de árvores e controle de recursos hídricos, atingem diretamente a população palestina. Para a ativista, propostas israelenses apresentadas como soluções verdes seriam incompatíveis com a realidade vivida em Gaza e na Cisjordânia.
A aproximação com povos indígenas da Amazônia surgiu de forma espontânea, segundo Barakat, que destacou semelhanças entre disputas territoriais e impactos sociais sofridos por comunidades tradicionais no Brasil. Ela lembrou que deslocamentos forçados e contaminação de ambientes naturais também fazem parte do cotidiano palestino, especialmente durante a temporada de colheita das oliveiras.
A Coalizão Palestina na COP30 apresentou uma petição pedindo a expulsão de Israel do evento, argumentando que o país não deveria compor debates sobre justiça climática diante das denúncias de violações. O grupo também pressiona por revisão das relações diplomáticas e comerciais entre Brasil e Israel.
