Mariana tem decisão judicial celebrada pelo MAB contra a mineradora BHP

O Movimento dos Atingidos por Barragens comemorou o julgamento internacional que responsabilizou a BHP pelo rompimento da barragem em Minas Gerais. A decisão reacende cobranças por punições no Brasil.

Fonte: CenárioMT

Mariana tem decisão judicial celebrada pelo MAB contra a mineradora BHP
Foto: José Cruz/Agência Brasil

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) destacou a decisão da justiça inglesa que responsabilizou a mineradora BHP pelo rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana (MG), em 2015. O desastre despejou toneladas de rejeitos sobre comunidades e rios, provocando 19 mortes e um dos maiores impactos socioambientais do país.

A coordenadora nacional do MAB, Letícia Oliveira, presente na Cúpula dos Povos realizada paralelamente à COP30 em Belém, afirmou que a condenação representa um marco para os atingidos. Segundo ela, embora tardia, a decisão fortalece a sensação de que a justiça começa a ser feita e aumenta a pressão por medidas efetivas também no Brasil.

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Para o movimento, o entendimento do tribunal britânico cria um precedente internacional ao demonstrar que empresas estrangeiras podem ser julgadas em seus países de origem por crimes cometidos em território brasileiro. A nova fase do processo deve definir, ao longo de até um ano, os valores e as condições de reparação para os moradores afetados em Mariana.

Movimento internacional

Durante a Cúpula dos Povos, o MAB e organizações de 45 países lançaram o Movimento Internacional de Atingidos por Barragens, Crimes Socioambientais e Crise Climática. O encontro reuniu 200 delegados de cinco continentes, entre atingidos por hidrelétricas, mineração, barragens de rejeitos, enchentes, petróleo e impactos da transição energética.

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Letícia criticou propostas que considera insuficientes para enfrentar a crise climática e defendeu maior articulação entre movimentos e organizações sociais. Para ela, soluções reais passam por fortalecer a mobilização popular e impedir que empresas transformem tragédias socioambientais em oportunidades de negócio.

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