O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) encaminhou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), um relatório parcial sobre a Operação Contenção, realizada em 28 de outubro, que resultou na morte de 121 pessoas supostamente ligadas ao Comando Vermelho (CV).
Segundo o documento, dois casos foram classificados como mortes atípicas. Um dos corpos apresentava ferimentos provocados por tiros a curta distância, enquanto outro foi encontrado decapitado por um instrumento cortante.
Os demais mortos tinham lesões internas e externas causadas por disparos de fuzil, principalmente no tórax e abdômen, o que indica confronto armado, conforme os promotores responsáveis pelo caso.
O relatório também confirmou que todas as vítimas eram homens entre 20 e 30 anos. Parte deles usava roupas camufladas, botas operacionais e coletes com carregadores de munição. Foram apreendidos celulares, munições e porções de erva prensada nos bolsos das roupas.
“A maioria dos corpos exibia múltiplas tatuagens, algumas relacionadas a facções criminosas e ao extermínio de policiais”, descreve o relatório do MPRJ.
Os promotores informaram ainda que a próxima etapa da investigação inclui a análise das câmeras corporais utilizadas pelos agentes durante a operação e a verificação detalhada do local dos confrontos.
O documento foi anexado ao processo da ADPF das Favelas (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 635), que trata das medidas para reduzir a letalidade policial nas comunidades do Rio. Alexandre de Moraes é o relator temporário da ação.


















