STF reconhece omissão do Congresso sobre imposto sobre fortunas

O Supremo Tribunal Federal reconheceu a falha do Congresso em aprovar o imposto sobre grandes fortunas, mas não determinou prazo para implementação.

Fonte: CenárioMT

STF reconhece omissão do Congresso sobre imposto sobre fortunas
Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira (6) reconhecer a omissão constitucional do Congresso por não aprovar o imposto sobre grandes fortunas, embora não tenha estabelecido prazo para que a medida seja implementada.

Os ministros destacaram que o Judiciário não pode criar o tributo caso os parlamentares não cumpram a obrigação constitucional.

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A decisão refere-se a uma ação protocolada pelo PSOL em 2019, que apontava que o Artigo 153 da Constituição atribui à União a competência para aprovar uma lei complementar instituindo o imposto sobre grandes fortunas.

O julgamento teve início em outubro, quando a advogada Bruna Freitas do Amaral, representante do PSOL, argumentou que existe uma omissão persistente do legislador quanto ao cumprimento do mandamento constitucional.

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Segundo a advogada, a aprovação do imposto é essencial para concretizar a justiça social e combater a pobreza, princípios também previstos na Constituição.

Na sessão desta quinta-feira, o ministro Flávio Dino defendeu que seja declarada a omissão inconstitucional do Congresso, ressaltando que o sistema tributário brasileiro é injusto, regressivo e prejudica as camadas mais vulneráveis da população.

“O reconhecimento da omissão inconstitucional remete o debate à esfera política, onde diferentes técnicas serão aplicadas conforme as visões plurais que marcam a vida democrática”, afirmou o ministro.

A ministra Cármen Lúcia destacou que a Constituição tem 37 anos e que o imposto ainda não foi instituído. “Na hora em que não se cobra, o sistema fica capenga em relação a uma parcela da sociedade. Em 37 anos de vigência da Constituição, efetivamente, existe uma omissão que pode ser considerada inconstitucional”, acrescentou.

A omissão foi reconhecida também pelos ministros Cristiano Zanin, Nunes Marques, Dias Toffoli e Alexandre de Moraes. Por outro lado, o ministro Luiz Fux divergiu, defendendo que não há omissão dos parlamentares: “Não há omissão constitucional. O Parlamento tem se debruçado sobre o tema, e é preciso respeitar a opção política do Congresso”.

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Gabriela Cordeiro Revirth, independente jornalista e escritora, é uma pesquisadora apaixonada de astrologia, filmes, curiosidades. Ela escreve diariamente para o Portal de Notícias CenárioMT para partilhar as suas descobertas e orientar outras pessoas sobre esses assuntos. A autora está sempre à procura de novas descobertas para se manter atualizada.