Ministra do TSE vota pela cassação do governador Cláudio Castro por abuso de poder

A ministra Maria Isabel Galotti, do TSE, defendeu a cassação do governador Cláudio Castro e sua inelegibilidade por oito anos, além da realização de novas eleições no Rio de Janeiro.

Fonte: CenárioMT

Ministra do TSE vota pela cassação do governador Cláudio Castro por abuso de poder
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

A ministra Maria Isabel Galotti, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), votou pela cassação do mandato do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, nesta terça-feira (4), por abuso de poder político e econômico durante a campanha de reeleição em 2022.

Em seu voto, a relatora também defendeu a inelegibilidade de Castro por oito anos e a realização de novas eleições no estado. A decisão inclui ainda o ex-vice-governador Thiago Pampolha, Gabriel Rodrigues Lopes, ex-presidente da Ceperj, e o deputado estadual Rodrigo Bacellar (União), ex-secretário estadual.

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O julgamento foi iniciado após recurso do Ministério Público Eleitoral (MPE) e da coligação do ex-deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ), que buscam reverter decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) que havia absolvido Castro e os demais acusados.

De acordo com a ministra, as contratações feitas pela Fundação Ceperj e pela Uerj ocorreram fora das normas legais, sem controle estatal e com pagamentos diretos aos beneficiários — muitos realizados “na boca do caixa”. Testemunhas relataram ter sido coagidas a atuar na campanha e a publicar conteúdos favoráveis ao governador em troca da manutenção de seus empregos.

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“Cláudio Castro aparece numa posição central de execução do esquema ilícito. Utilizando suas prerrogativas de chefe do Executivo, anuiu e autorizou práticas irregulares, além de editar normas que as viabilizaram”, afirmou Galotti.

Após o voto da relatora, o julgamento foi suspenso devido a um pedido de vista do ministro Antônio Carlos Ferreira, sem data definida para retomada.

Acusação

Durante a sessão, o vice-procurador-geral eleitoral, Alexandre Espinosa, reforçou o pedido de cassação e inelegibilidade de Castro. Segundo o MPE, o governador se beneficiou eleitoralmente da contratação de 27.665 servidores temporários, com custo total de R$ 248 milhões, e da transferência irregular de recursos públicos a entidades sem vínculo com o governo.

Espinosa destacou que os pagamentos em espécie aos contratados serviram para aliciar eleitores e fortalecer a campanha, caracterizando abuso de poder político e econômico.

Defesa

O advogado Fernando Neves, defensor de Castro, argumentou que o governador apenas sancionou leis aprovadas pela Assembleia Legislativa e não pode ser responsabilizado por irregularidades administrativas. “Se houve algum erro na execução dos programas, não cabe imputar responsabilidade direta ao governador”, afirmou o advogado.

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Graduado em Jornalismo pelo Unasp (Centro Universitário Adventista de São Paulo): Base sólida em teoria e prática jornalística, com foco em ética, rigor e apuração aprofundada.