Delegados da Polícia Federal e especialistas em segurança alertam que qualquer menção a bomba em aeroportos é tratada como ameaça real, mesmo quando feita em tom de piada. O aviso foi reforçado após o caso de uma passageira presa em flagrante no Aeroporto de Brasília, no último domingo (26), por afirmar ter uma bomba em sua bolsa durante o check-in.
De acordo com a Polícia Federal (PF), a mulher foi indiciada por crime de expor a perigo aeronave ou praticar ato capaz de dificultar a navegação aérea. Após a declaração, agentes realizaram inspeção por raio-X e verificação manual das bagagens, constatando que não havia nenhum artefato explosivo.
Diante da gravidade da fala, as passageiras foram conduzidas à PF do Distrito Federal. Uma delas acabou presa e responderá por crime contra a segurança do transporte aéreo, cuja pena pode chegar a cinco anos de prisão, além de multa.
Protocolos rigorosos
A delegada Raquel Gallinati, diretora da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol), destacou que mesmo declarações feitas em tom de brincadeira exigem a aplicação imediata de protocolos de segurança. Esses procedimentos incluem evacuação de áreas, varredura de bagagens e até suspensão de voos.
Segundo Gallinati, não há espaço para interpretações ambíguas nesse tipo de situação. “Toda menção a ameaça explosiva é tratada como potencialmente real até prova em contrário”, explicou.
Os procedimentos seguem o artigo 261 do Código Penal Brasileiro, que trata do crime de atentado contra a segurança de transporte marítimo, fluvial ou aéreo. A pena varia de dois a cinco anos de reclusão, além de multa. A legislação é aplicada mesmo quando não há intenção de dano, bastando a verbalização de uma ameaça que coloque em risco o transporte coletivo.


















