Justiça é pedida em enterro de jovem esfaqueado no DF após tentar recuperar celular

O sepultamento de Isaac Moraes, de 16 anos, reuniu familiares e colegas em clima de forte comoção. O jovem foi morto ao tentar reaver um celular roubado.

Fonte: CenárioMT

Justiça é pedida em enterro de jovem esfaqueado no DF após tentar recuperar celular
Foto: Luiz Claudio Ferreira/Agência Brasil

O enterro do estudante Isaac Moraes, de 16 anos, foi marcado por emoção e pedidos de justiça neste domingo (19), no Cemitério Campo da Esperança, em Brasília. Colegas do Colégio Militar soltaram balões brancos em homenagem ao jovem, que foi assassinado com uma facada após tentar recuperar o celular roubado por um grupo de adolescentes na Asa Sul.

De acordo com a investigação, Isaac foi abordado enquanto jogava vôlei com amigos. Os suspeitos pediram acesso a uma rede wi-fi, mas em seguida roubaram o aparelho. O crime ocorreu entre as quadras 112/113, próximo ao Parque Maria Claudia Del’Isola, local simbólico por outro homicídio que chocou a capital em 2004.

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Os pais do adolescente, ambos profissionais da área da saúde, não tiveram condições de falar com a imprensa. O irmão, Edson Avelino, de 28 anos, representou a família e destacou o comportamento responsável de Isaac. “Apesar da idade, era muito dedicado e sonhava em seguir na mesma profissão que eu”, disse, emocionado. Ele também cobrou justiça e punição aos envolvidos, mesmo sendo menores de idade.

Segundo o delegado Rodrigo Larizzatti, da Delegacia de Atendimento à Criança e ao Adolescente (DCA), sete adolescentes foram ouvidos e três apreendidos. O grupo já teria utilizado a mesma abordagem para praticar outros roubos. “Durante os interrogatórios, não demonstraram remorso. Apenas um deles quis saber se a vítima havia morrido”, relatou o policial.

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Moradores da região afirmam viver sob clima de medo e insegurança. O auditor Ricardo Montalvão, vizinho da família, contou que o próprio filho também teve o celular furtado recentemente e criticou a demora no atendimento à vítima, estimada em cerca de 30 minutos. A Secretaria de Saúde do Distrito Federal não se manifestou até o fechamento desta reportagem.

Amigos e colegas de Isaac lembram do estudante como um jovem alegre e talentoso no vôlei. “Ele brincou comigo um dia antes. Ainda não consigo acreditar no que aconteceu”, disse Lucas, de 16 anos, visivelmente abalado.

O caso segue sob investigação e reforça o debate sobre a violência entre adolescentes no Distrito Federal.

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Graduado em Jornalismo pelo Unasp (Centro Universitário Adventista de São Paulo): Base sólida em teoria e prática jornalística, com foco em ética, rigor e apuração aprofundada.