O governo federal anunciou neste sábado (18) um novo edital da Rede Nacional de Cursinhos Populares (CPOP), que prevê investimento de R$ 108 milhões e apoio a até 500 projetos em 2026. O anúncio foi feito em São Bernardo do Campo (SP) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Criada pelo Decreto 12.410/2025, a CPOP integra o conjunto de políticas públicas voltadas à educação, como o programa Pé-de-Meia, que busca reduzir a evasão escolar no ensino médio por meio de incentivo financeiro a alunos cadastrados no CadÚnico.
No primeiro edital, o programa selecionou 384 cursinhos populares que atenderam mais de 12,1 mil estudantes em todo o país, com investimento total de R$ 74 milhões. Cada projeto recebeu até R$ 163,2 mil para custear professores, coordenadores e equipe técnica, além de bolsas de R$ 200 mensais para até 40 alunos por unidade.
O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que a meta é alcançar 700 cursinhos até o fim do atual governo. Ele destacou que a rede de cursinhos já existia de forma independente e que o apoio público reforça sua importância social. “Nosso objetivo é transformar esse suporte em uma política pública permanente”, disse.
Durante o evento, Santana também citou programas como o Prouni, o Sisu, o Enem e o Fies, além de iniciativas voltadas à alfabetização e ao ensino integral. Ele destacou que o Pé-de-Meia reduziu pela metade a evasão escolar e defendeu a valorização dos professores. “Professor tem que ser a profissão mais valorizada, porque todos passam por ele”, afirmou.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também presente, lembrou as desigualdades históricas no acesso à educação. Segundo ele, antes, alunos de escolas públicas tinham mais dificuldade para ingressar e permanecer em universidades. O Prouni foi criado justamente para corrigir essas distorções e ampliar a presença de grupos historicamente excluídos, como a população negra.
Haddad recordou que as políticas de cotas nas universidades federais representaram uma “reforma agrária no ensino superior”, garantindo a reserva de metade das vagas a estudantes de escolas públicas, com distribuição proporcional entre brancos e negros em cada estado. “Hoje, as universidades públicas têm uma cara mais brasileira, autêntica e representativa”, concluiu.