O procurador-geral da República, Paulo Gonet, solicitou nesta quarta-feira (15) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a reabertura do inquérito que investigou o ex-presidente Jair Bolsonaro por suposta interferência na Polícia Federal (PF).
Em 2022, durante o governo de Bolsonaro, a PF concluiu que não havia evidências de ingerência política e recomendou o arquivamento do caso. A investigação teve início após a saída do então ministro da Justiça, Sergio Moro, que afirmou ter havido pressão política e interferência na corporação com a substituição do diretor-geral Maurício Valeixo.
No novo pedido, Gonet defendeu que é necessário averiguar se houve efetivamente interferência na PF, citando mensagens trocadas entre Moro e Bolsonaro em 2020. Em uma delas, Bolsonaro confirmou a demissão de Valeixo e, no dia seguinte, compartilhou notícia sobre investigações envolvendo aliados políticos.
De acordo com o documento, é essencial verificar se houve uso indevido da estrutura do Estado para interferir nas apurações, inclusive com obtenção irregular de informações sensíveis. A PGR também pediu que a PF investigue uma possível conexão entre o caso e as investigações sobre a chamada “Abin Paralela”, além de ações de desinformação e o envolvimento do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) em supostas tentativas golpistas.
O pedido será analisado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF.