O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu manter a prisão preventiva de Cleuco Gomes de Brito, acusado de matar o casal de fazendeiros Romildo Borges Martins e Crislene Aparecida Ferreira Alves em Alto Boa Vista, município localizado a cerca de 1.100 km de Cuiabá, no Mato Grosso. O crime ocorreu no início deste ano, após um desacordo comercial envolvendo a venda de 800 cabeças de gado.
A decisão foi proferida pela Sexta Turma da Corte, em julgamento virtual realizado entre 18 e 24 de setembro. A defesa de Cleuco alegava desproporcionalidade da prisão, destacando que o réu é primário e possui bons antecedentes. No entanto, o STJ entendeu que tais condições não afastam a gravidade da conduta.
O colegiado, de forma unânime, não conheceu o recurso da defesa, aplicando a Súmula 182, que impede o processamento de agravos quando não há contestação específica aos fundamentos da decisão anterior. O relator, ministro Og Fernandes, reforçou que não houve ilegalidade flagrante que justificasse a liberdade do acusado.
Segundo as investigações, o crime aconteceu quando Cleuco buscou Romildo para cobrar uma dívida relacionada à negociação de gado. Durante a discussão, Crislene tentou intervir e foi atingida por disparos. Em seguida, Romildo também foi baleado e morreu no local. O tribunal ressaltou que a prisão preventiva está fundamentada na necessidade de preservar a ordem pública, dada a brutalidade e motivação fútil do crime.
Após os assassinatos, o acusado fugiu para uma área de mata em Alto Boa Vista. Dias depois, em 30 de janeiro, ele foi localizado por agentes da Polícia Rodoviária Federal em uma caminhonete Hilux, na BR-153, em Goiás.
