A Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seap) enviou explicações ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre falhas registradas no monitoramento da residência do ex-presidente Jair Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar.
O ministro Alexandre de Moraes havia solicitado, na última sexta-feira (19), detalhes sobre a entrada e saída de veículos no dia 12 de setembro, um dia após a condenação de Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão. Moraes determinou que todos os carros da casa, incluindo os de visitantes, fossem inspecionados pelos policiais penais.
A Seap admitiu que dois seguranças de Bolsonaro deixaram o imóvel às 13h16 em um Jeep Compass, mas foram registrados no relatório apenas como “pessoas” e não com seus nomes. Eles retornaram dez minutos depois acompanhados de outro segurança. Às 16h22, houve nova saída do veículo, sem a devida identificação dos ocupantes, e nenhuma imagem da inspeção foi feita.
O órgão informou que um dos agentes precisou buscar imagens na administração do condomínio onde Bolsonaro mora, mas a gravação não foi entregue de imediato, já que o condomínio alegou necessidade de consulta jurídica antes de liberar o material.
A secretaria afirmou que os erros não prejudicaram o monitoramento, explicando que a ausência de identificação nominal não comprometeu a vistoria veicular. Os nomes dos envolvidos foram incluídos posteriormente no relatório encaminhado ao STF.
Prisão domiciliar
Bolsonaro está em prisão domiciliar desde 4 de agosto, por decisão de Moraes, no âmbito do inquérito que apura a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em medidas ligadas à Lei Magnisky e sanções do governo dos Estados Unidos contra o Brasil.