O Tribunal do Júri de Peixoto de Azevedo (MT), município a 692 km de Cuiabá, acompanhou nesta quinta-feira (18.09) o contundente pronunciamento da promotora de justiça Andreia Monte Alegre Bezerra de Menezes contra Wendel dos Santos Silva, acusado de assassinar a facadas sua companheira, Lediane Ferro da Silva.
A promotora iniciou seu discurso destacando que “uma imagem vale mais do que mil palavras”, exibindo o vídeo do crime, no qual o réu ataca a vítima na cozinha de casa enquanto o filho dela presencia a cena e é ameaçado com a faca. Wendel desferiu pelo menos seis golpes, pisou no corpo da vítima e fugiu, publicando posteriormente nas redes sociais mensagens ofensivas e críticas à Lei Maria da Penha.
Segundo a promotora, Wendel é um feminicida covarde, que trata mulheres como “vagabundas” e mantém histórico de violência doméstica desde 2016. “Ele matou porque ele matou. Vê a mulher como coisa, não aceita o fim do relacionamento e é possessivo”, afirmou Andreia Monte Alegre.
Lediane era trabalhadora, arrimo de família e mãe de dois filhos, que ficaram órfãos. A promotora ressaltou: “A mesma chance de recomeçar que Lediane não terá, nem seu filho”. Ela alertou ainda que Wendel representa risco à sociedade, podendo repetir agressões contra outras mulheres.
Durante a audiência, foram apresentadas fotos, boletins de ocorrência e laudos médicos detalhando as lesões provocadas pelas facadas, incluindo quatro perfurações que causaram falência pulmonar e asfixia. O caso contou com qualificadoras de motivo torpe, violência de gênero e recurso que dificultou a defesa da vítima.
Andreia Monte também rebateu a defesa do acusado, que alegou dificuldades financeiras e sofrimento emocional, mostrando contradições e reforçando que Wendel simulava vulnerabilidade enquanto continuava a ameaçar mulheres mesmo após o crime. “Cadê a depressão dele? É só para matar a Lediane? Que triste!”, declarou a promotora.
Ao final, pediu aos jurados a condenação máxima, ressaltando que o réu não apenas tirou a vida de Lediane, mas deixou um histórico de violência que não pode ser ignorado.

















