CPMI do INSS aprova plano de trabalho e convoca ex-ministros e ex-presidentes

A comissão parlamentar aprova, por acordo entre governo e oposição, plano de trabalho para investigar fraudes de R$ 6,3 bilhões no INSS.

Fonte: CenárioMT

CPMI do INSS aprova plano de trabalho e convoca ex-ministros e ex-presidentes
Foto: Lula Marques/Agência Brasil

O governo e a oposição chegaram a um consenso nesta terça-feira (26) para aprovar o plano de trabalho da CPMI das fraudes no INSS, estimadas em R$ 6,3 bilhões. A comissão também elegeu o deputado Duarte Jr (PSB-MA) como vice-presidente.

O plano de trabalho, aprovado em votação simbólica, delimitou que a investigação abrangerá fatos ocorridos a partir de 2015, incluindo os governos de Dilma Rousseff, Michel Temer, Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva.

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Foram aprovados requerimentos para convocar ex-ministros da Previdência, ex-presidentes do INSS, diretores de benefícios, presidentes da Dataprev e líderes de entidades associativas envolvidas nos desvios. Também serão ouvidos Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e o empresário Maurício Camisotti, apontados pela Polícia Federal como operadores do esquema.

Ao todo, mais de 950 requerimentos foram apresentados, incluindo pedidos de informações, convocações e quebras de sigilo; 34 foram aprovados em bloco.

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O primeiro a prestar esclarecimentos será o delegado da PF Bruno Oliveira Pereira Bergamaschi, na próxima sessão da CPMI, marcada para quinta-feira (28).

O relator

O relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), explicou que o recorte temporal é necessário para garantir segurança jurídica, proporcionalidade e celeridade, evitando incerteza jurídica nas investigações.

“A fixação desse recorte temporal responde a princípios constitucionais e processuais fundamentais, como a segurança jurídica, a proporcionalidade e a celeridade”, afirmou Gaspar.

Apesar de o governo ter maioria na comissão, permitiu que a oposição elegesse o presidente e o relator. Gaspar afirmou ter consideração pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, mas destacou que divergências políticas não atrapalharão a busca pela verdade.

“Vamos medir se nossas preferências políticas ou divergências ideológicas irão interferir na apuração dos fatos e documentos”, declarou o relator.

O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), ressaltou que todos os governos serão investigados e que a apuração deve ser feita com cautela e coragem.

Vice-presidência

Duarte Jr (PSB/MA) foi eleito vice-presidente da comissão e destacou que a investigação deve atingir todos os responsáveis, independentemente de orientação política.

Plano de trabalho

O plano de trabalho está organizado em seis eixos:

  1. Mapeamento do esquema fraudulento e modus operandi: análise detalhada dos métodos utilizados, incluindo falsificação de assinaturas e fraudes em descontos em folha.
  2. Identificação e responsabilização dos envolvidos: apuração do papel de cada responsável pelas organizações criminosas.
  3. Impacto nas vítimas e no erário: quantificação dos danos individuais e coletivos, com propostas de reparação.
  4. Rastreamento do dinheiro: investigação dos R$ 6,3 bilhões desviados e punição dos destinatários.
  5. Análise de falhas institucionais: avaliação das razões pelas quais denúncias de descontos indevidos foram ignoradas pelo INSS.
  6. Medidas preventivas e aperfeiçoamento legislativo: propostas de iniciativas para fortalecer transparência e controle, restaurando a confiança pública.
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Gabriela Cordeiro Revirth, independente jornalista e escritora, é uma pesquisadora apaixonada de astrologia, filmes, curiosidades. Ela escreve diariamente para o Portal de Notícias CenárioMT para partilhar as suas descobertas e orientar outras pessoas sobre esses assuntos. A autora está sempre à procura de novas descobertas para se manter atualizada.