Crianças e adolescentes estão redescobrindo o prazer da leitura, segundo Kely Louzada, fundadora da biblioteca comunitária Atelier das Palavras, no morro da Mangueira, Rio de Janeiro.
Jorge Henrique de Souza, que frequentava a biblioteca desde pequeno, destaca que a experiência o ajudou a crescer intelectualmente. Hoje, estudante universitário, ele trabalha na biblioteca e busca incentivar novos leitores: “Mostramos que a leitura faz diferença e que os livros são aliados da vida”, afirma.
O Atelier das Palavras foi premiado em 2024 pelo programa Pontos de Cultura do Ministério da Cultura, recebendo R$ 30 mil para atualizar seu acervo e manter o interesse dos jovens leitores. A biblioteca também recebe doações e participa de editais públicos, garantindo sempre novos livros de interesse do seu público.
Segundo Kely Louzada, a parceria com secretarias de Cultura e Educação permite renovar constantemente as estantes com acervos literários fornecidos pelo Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD).
Fabiano Dos Santos Piúba, Secretário de Formação Cultural, Livro e Leitura do Ministério da Cultura, ressalta que desde 2024 as bibliotecas comunitárias passaram a receber livros literários de forma sistemática, regular e gratuita, com apoio do PNLD. Atualmente, 6.021 bibliotecas públicas e comunitárias em todo o Brasil estão aptas a receber esses acervos.
A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil (2024) indica que 85% dos entrevistados gostariam de ler mais, demonstrando grande potencial de engajamento com a leitura. O Panorama do Consumo de Livros da Câmara Brasileira do Livro mostra ainda que 84% reconhecem a importância da leitura para carreira, lazer e aprendizado.
Sevani Matos, presidente da Câmara Brasileira do Livro, afirma que o interesse existe, mas ainda há desafios relacionados ao acesso e à desigualdade. Para ela, bibliotecas e livrarias são fundamentais na formação de novos leitores e no fortalecimento de políticas públicas voltadas à leitura.